Uma japonesa que foi esterilizada de forma forçada em 1970, aos 15 anos de idade, está processando o governo no primeiro caso de seu tipo.
A mulher não identificada é uma das 25 mil pessoas que foram submetidas ao procedimento sob uma lei da eugenia, que não existe mais, a qual visava “prevenir o nascimento de descendentes inferiores”.
As vítimas foram esterilizadas porque foram diagnosticadas com doença mental ou sofriam de condições como hanseníase.
Cerca de 16.500 delas teriam sido operadas sem consentimento. Algumas eram muito jovens, com apenas 9 anos de idade na época.
A mulher, que agora tem 60 anos, moveu ação legal depois de saber que ela havia sido esterilizada em 1972 após diagnóstico de “debilidade mental hereditária”.
Ela havia desenvolvido problemas mentais após passar por uma cirurgia de fenda palatina quando era bebê, divulgou a mídia japonesa.
Devido aos efeitos colaterais da esterilização, posteriormente seus ovários tiveram que ser removidos.
A mulher busca 11 milhões de ienes em indenização por danos, citando a violação de seus direitos humanos.
“Passamos por dias agonizantes…. Ficamos de pé para manter essa sociedade mais brilhante”, disse a irmã da mulher em uma conferência de imprensa.
O Ministro da Saúde japonês Katsunobu Kato se recusou a fazer comentários sobre o caso, dizendo que ele não sabe detalhes.
Um representante do ministério da justiça disse à AFP que o governo se encontraria individualmente com as vítimas de esterilização forçada que precisarem de suporte, mas “não tem planos de oferecer medidas de cobertura” a todas elas.
A lei de eugenia, sob a qual as operações foram realizadas, estava em vigor de 1948 a 1996.
Os governos da Alemanha e Suécia, que tinham políticas eugênicas similares, pediram desculpas às vítimas e as indenizaram.
Fonte: BBC Imagem: Bank Image