O anúncio da aprovação da lei especial sobre a abdicação do imperador Akihito, pelo Parlamento, tomou espaço nas mídias japonesas. O projeto de lei foi aprovado por unanimidade, exceto pelo Partido Liberal que não se fez presente, na manhã desta sexta-feira (9).
Segundo o noticiário da NHK, a lei deverá ser promulgada em breve. Após a promulgação, o decreto deverá ser executado dentro de um período de 3 anos.
A aprovação dessa lei é inédita na história do país. O projeto só foi redigido porque o próprio imperador manifestou sua vontade de se aposentar do trono em vida publicamente no ano passado. Ele ganhou a compreensão do povo e, nesta sexta-feira, do Parlamento.
Esse sistema do reinado do Crisântemo foi estabelecido em 1889, na Era Meiji e a sucessão sempre ocorreu com a morte do monarca. Esta foi a primeira vez na história que o imperador poderá se “aposentar” ou preparar sua sucessão em vida. Assim, a aprovação dessa lei especialmente redigida para o imperador Akihito marca a virada em 128 anos.
O imperador Akihito, 83 anos, tornou-se o sucessor de Hirohito em janeiro de 1989, dando início à Era Heisei (Consolidação da Paz), que está em seu 29º ano.
Preparativos para a abdicação
“O governo deverá avançar, junto com a Agência da Casa Imperial, detalhes para a abdicação, considerando a agenda política do monarca e o impacto sobre os cidadãos do país. Paralelamente, deve avançar nos preparativos sobre a estrutura organizacional da monarquia e onde ele e a imperatriz deverão residir”, informou a NHK.
O governo ainda não tem os detalhes de como eles serão denominados, contudo, provavelmente como imperador e imperatriz aposentados.
Diante da aprovação e após a promulgação, iniciam-se as negociações para a data da “aposentadoria”, podendo ser em 2018, quando se completam 30 anos da Era Heisei.
Ainda não estão definidos o nome da nova era ou do seu sucessor, que provavelmente será o príncipe Naruhito, embora ele não tenha filhos, apenas uma filha. Inicia-se a discussão se uma mulher poderá assumir o trono no futuro.
Fontes: NHK, Mainichi e Yomiuri Foto: Mainichi Shimbun