Embora a sociedade, de forma geral, pense que o profissional chamado professor receba tratamento preferencial dentre os demais funcionários públicos, a realidade parece ser bem diferente.
Chamadas de black gakkou, uma analogia ao termo black kigyo ou empresas da lista negra, as escolas também entram nessa lista de locais indesejáveis para trabalhar.
Os motivos são vários: horas extras (não remuneradas) intermináveis por causa das atividades e responsabilidades que vão além das atribuições de professor, entre outros.
O ofício respeitado e que despertava interesse como carreira está passando por uma crise, se tornando um fardo para eles. O estresse dos professores do Japão tem sido tema de discussão e de preocupação, inclusive para o governo.
Quanto ganha para tanto sacrifício
Os professores da rede pública ganham pouco mais do que os funcionários públicos. A média salarial para um professor na faixa dos 43 anos é de 420 mil ienes por mês, nas cidades do interior, segundo levantamento da NHK.
Mas eles também têm bônus duas vezes ao ano. Portanto, o rendimento anual fica na casa dos 7 milhões de ienes.
Nada mal para quem tem família, como por exemplo, um professor com esposa e 2 filhos, disse o entrevistado que mostrou o contra-cheque.
O funcionário público da mesma faixa etária ganha apenas 6 mil a menos, ou média de 414 mil ienes mensais.
Em comparação com o Brasil
No Brasil o piso salarial de um professor da rede pública estadual é de R$3.746,00 (2018), o que convertido em ienes daria aproximadamente ¥110.000.
Ou seja, ganha ¼ da média mensal do Japão, sem bônus, apenas com o 13.º salário. A média do valor anual comparada ao Japão é de ⅕ dos vencimentos.
Os níveis de estresse da profissão no Japão e no Brasil podem ser equivalentes, por conta de situações diferentes, mas existe uma compensação financeira no país do sol nascente.
Fontes: NHK e Nova Escola