Cidade de Madalay, no epicentro, destruída pelo fortíssimo terremoto (9News)
Em relação ao fortíssimo terremoto do Mianmar ocorrido em 28 de março, de magnitude 7,7 que já tirou a vida de pelo menos 1,7 mil pessoas, é visto como um que liberou cerca de 2 vezes mais energia do que o da Península de Noto (Ishikawa), ocorrido no Ano Novo de 2024.
Essa avaliação foi feita pelo Serviço Geológico dos Estados (USGS), mas a geóloga americana Jess Phoenix, em entrevista à CNN, explica que liberou energia equivalente a 300 explosões bombas atômicas, para se ter uma ideia do quanto foi devastador e massacrante.
A área onde ocorreu esse terremoto fica no limite entre a Placa Eurasiática e a Placa Indiana, e estima-se que tenha sido do tipo falha de deslizamento, em que o leito rochoso se deslocou horizontalmente por uma distância de cerca de 200 quilômetros.
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Perto do epicentro, uma falha geológica chamada Falha de Sagaing corre de norte a sul e causou vários terremotos de magnitude 7 ou maior desde o século XX.
Por que Tailândia sofreu danos
Bangkok, capital da Tailândia, fica a 1,2 mil km do epicentro do terremoto de Mianmar (Google Maps/USGS)
A capital da Tailândia, Bangkok, distante cerca de 1,2 mil quilômetros do epicentro, teve graves danos, como o desabamento de um prédio em construção. A Tailândia, embora fique perto do Mianmar, não é um país que costuma sofrer com terremotos tão fortes como esse.
O professor emérito Kokatsu Kazuki, da cadeira de sismologia aplicada, da Universidade de Tóquio, acredita que isso foi causado por tremores lentos e de longo período, conhecidos como “movimento sísmico de longo período”.
O movimento do solo de longo período ocorre em grandes terremotos com epicentros rasos e pode fazer com que edifícios altos tremam violenta e lentamente.
Esse tipo de movimento é facilmente transmitido para áreas distantes e, durante o Grande Terremoto do Leste do Japão, ocorreram danos em um edifício alto na cidade de Osaka, a cerca de 700 quilômetros do epicentro.
“O prédio desabou de uma vez porque o solo era macio, o que provavelmente amplificou o tremor. O fato de estar em construção também pode ter desempenhado um papel”, avaliou o professor.
Energia liberada foi de 334 bombas atômicas
Segundo a geóloga americana Jess Phoenix, o cálculo é de que esse devastador terremoto tenha liberado a energia equivalente a 334 bombas atômicas.
Ela e outros especialistas alertaram que os tremores secundários podem ocorrer por meses.
A situação em Mianmar é de estado de emergência, pois além das 1.644 pessoas confirmadas como mortas, 3.408 ficaram feridas. Ainda não se sabe quantas pessoas estão sob os escombros. O agravante é que faz um calor de 41ºC, causando um cheiro da morte no país.
Necessidade urgente de ajuda humanitária
Templo destruído (9News)
“A grave escassez de suprimentos médicos está dificultando os esforços de resposta, incluindo kits de trauma, bolsas de sangue, anestésicos, dispositivos de assistência, medicamentos essenciais e tendas para profissionais de saúde”, informou a ONU.
Isso se deve à destruição de hospitais e outras instalações de saúde. A ajuda humanitária é urgente no Mianmar, um país que está em guerra civil desde 2021, depois que os militares derrubaram o governo eleito. A China e a Rússia já enviaram tropas de resgate, equipes médicas e suprimentos.
Veja como está Mandalay, Mianmar, após o terremoto devastador.
Assista ao vídeo com cenas chocantes na Tailândia.
Fontes: Yomiuri, BBC, CNN e Al Jazeera
