A Japan Airlines (JAL) está estudando transformar roupas usadas em combustível para aeronaves com motor a jato, com planos de colocar o recurso de energia alternativa em teste logo no início de 2020.
A empresa aérea vai se juntar ao Japan Environment Planning, também conhecido como Jetplan, e o Green Earth Institute (GEI) de Tóquio para estabelecer um conselho de colaboração para o projeto no início de 2017. O Jeplan já trabalha com 12 estabelecimentos comerciais, incluindo a rede Aeon e a operadora da Muji, a Ryohin Keikaku, para coletar roupas usadas em 1.000 ou mais lojas em todo o Japão e reciclar o poliéster contido nelas. Com a ajuda do GEI, o próximo projeto vai coletar algodão das roupas e transformá-lo em combustível.
O GEI foi fundado para colocar em uso prático as tecnologias de biocombustível desenvolvidas pelo Instituto de Pesquisa de Tecnologia Inovadora para a Terra. As tecnologias incluem um método de usar microorganismos para processar açúcares contidos no algodão em álcool, que em troca podem ser transformados em combustível.
O plano é construir uma planta de combustível experimental em uma fábrica da Jeplan e inciar os testes usando uma mistura de combustível convencional e derivado do algodão em 2020. A produção comercial estaria em funcionamento no ano de 2030.
Vale a pena reciclar para criar combustível?
Cem toneladas de algodão rendem apenas 10 quilolitros de combustível. Mesmo se todo o algodão consumido anualmente no Japão fosse utilizado na produção de combustível, isso daria somente 70.000 quilolitros, menos de 1% do combustível para motores a jato usados pelo Japão anualmente. Mas a tecnologia do GEI também pode ser usada para processar lixo de fábricas de papel e outras instalações. A empresa vê as roupas usadas como somente o início de um amplo esforço de conversão de lixo.
Produzir combustível a partir de fontes orgânicas como o algodão ainda libera dióxido de carbono, por exemplo no estágio de refinação. Mas estima-se que as emissões sejam menos que a metade daquelas da produção de combustíveis fósseis. Substituir o combustível para o motor a jato convencional pelo biocombustível, mesmo que em parte, ajudaria a reduzir as emissões associadas a viagens aéreas como esforços globais para combater a alteração de velocidade da mudança climática.
A JAL também está trabalhando em outros esforços para transformar o lixo urbano em combustível. A meta é criar um fornecimento estável de combustíveis alternativos com preços que competem com aqueles dos produtos derivados do petróleo.
Fonte: Nikkei Imagem: Imagem ilustrativa