A maioria dos professores de escolas públicas do ensino fundamental primário e secundário (shogakko e chugakko) estão trabalhando pelo menos 60 horas por semana, de acordo com uma pesquisa que suscitou preocupações sobre a qualidade da educação no Japão.
As proporções na pesquisa: 73% de professores de shogakko e 87% do chugakko – estão significantemente maiores em relação àquelas de médicos e trabalhadores em outras indústrias.
Em particular, professores do chugakko que supervisionam atividades do clube de esportes da escola tendem a ficar sobrecarregados, com 15% deles iniciando o trabalho antes das 7h e 22% saindo da escola após as 21h, de acordo com o Instituto de Pesquisa para Avançados Padrões de Vida.
A Lei de Padrão de Trabalho estipula que as horas de trabalho regulamentares são de até 40 por semana e 8 por dia.
Nenhum dos professores entrevistados disse que trabalhava menos de 50 horas por semana.
Japão quer diminuir a carga dos professores
O Ministro da Educação, Hirokazu Matsuno, anunciou no dia 6 de janeiro medidas para reduzir as longas de trabalho dos professores, incluindo estabelecer um dia de folga das atividades dos clubes e designar cerca de 20 “regiões modelo” no Japão onde medidas serão realizadas para aliviar a carga de trabalho.
Sawako Yufu, professora de formação pedagógica na Universidade de Waseda e que analisou os resultados da pesquisa, alertou que uma continuidade da situação será prejudicial ao sistema público de educação.
“Os professores estão se arruinando ao trabalharem longas horas com boas intenções para ajudarem seus alunos”, disse ela. “Eles têm que sacrificar suas vidas particulares e têm pouco tempo para aprenderem mais para eles mesmos, o que no final das contas poderá levar a uma degradação da qualidade da educação”.
O instituto de pesquisa entrou em contato com 2.835 professores de escolas do shogakko e 1.700 do chugakko em todo o Japão no mês de dezembro de 2015.
Respostas válidas foram recebidas de 1.903 professores do shogakko, ou 67% do total, e de 1.094 professores do chugakko, ou 64 %.
Fonte: Asahi Imagem: Pixabay