Além de chaves, óculos de sol e outros objetos comumente perdidos, bilhões de ienes chegam ao departamento de achados e perdidos de Tóquio todos os anos.
De fato, a população entregou um recorde de ¥3.67 bilhões ($32 milhões) em dinheiro perdido em 2016, e cerca de três quartos desse dinheiro voltou às mãos de seus legítimos donos, de acordo com o Departamento de Polícia Metropolitana.
É um fenômeno que reflete a dedicação das pessoas no Japão tanto pelo dinheiro como em devolver propriedade perdida.
Havia cerca de ¥103 trilhões em dinheiro circulando em 2015, equivalente a cerca de 19% da produção anual do Japão. Esse é o maior nível entre as 18 nações e regiões desenvolvidas estudadas em um relatório do Banco do Japão divulgado em fevereiro.
Andar com dinheiro vivo na carteira é relativamente pouco perigoso no Japão. O país lutou contra a deflação por mais de uma década, tornando o dinheiro um investimento vantajoso por vezes. Mesmo agora as taxas de juros são cerca de zero.
O índice de crimes é baixo e praticamente não há temor de ser roubado, cita a matéria do Japan Times. Em Tóquio, uma das cidades mais movimentadas do mundo, não é incomum as pessoas “guardarem” assentos ao colocar seus aparelhos novos de iPhone na mesa enquanto vão fazer o pedido no balcão.
E até itens pessoais perdidos aparentemente inúteis são mantidos pelos comerciantes no caso de seus donos vierem buscar algum dia.
Alguns atribuem isso à cultura japonesa e educação sobre ética
“As escolas japonesas oferecem aulas de ética e moral, e os alunos aprendem a imaginar os sentimentos daqueles que perdem algum objeto ou dinheiro”, disse Toshinari Nishioka, ex-policial e atualmente professor na Universidade Kansai de Estudos Internacionais.
“Então, não é raro ver crianças trazendo moedas de ¥10 a um posto policial no Japão”.
Há também regras e recompensas. A Lei de Objetos Perdidos no Japão determina que qualquer um que encontrar dinheiro deve levá-lo à polícia, e tem o direito de receber uma recompensa de 5 a 20 por cento se o dono aparecer para buscar – e todo o dinheiro se ninguém reclamar a quantia dentro de um período de 3 meses.
Fonte: Japan Times Imagem: Bank Image