Criado com o nome original de Kounotori no Yurikago (こうのとりのゆりかご), o qual significa Berço da Cegonha, é conhecido também como Akachan Post. Essa instituição que acolhe o bebê que seria abandonado em qualquer lugar, foi criada por iniciativa do Hospital Jikei, da cidade de Kumamoto (província homônima).
Instalada oficialmente em 10 de maio de 2.007, a mãe pode deixar o bebê de forma anônima, através de uma janela que se abre para um berço, instalado de forma a preservar a temperatura para o bebê a 36℃. O bebê lá deixado é resgatado imediatamente para receber os cuidados hospitalares. Junto com o bebê, a mãe pode também deixar uma carta.
Akachan Post salva o bebê da violência e preserva a vida
Se a mãe quiser conversar ou se consultar com alguém, pode tocar o interfone para ser atendida, caso queira se consultar. A finalidade do Berço da Cegonha não é simplesmente acolher o bebê que a mãe não pode criar ou rejeita. Também cumpre o papel de ouvir a mãe e fazer aconselhamento.
A instituição tem como principais objetivos evitar o assassinato, a violência ou o abandono da criação, preservando a vida do bebê. Através da rede de adoção existente no país, sempre há casais dispostos a criar o bebê como novo integrante da família.
O centro de atendimento recebeu, no ano de 2.016, 6.565 consultas relacionadas à gestação e parto, por parte das mulheres que não sabiam o que fazer com a vinda de um novo ser. Comparando com o primeiro ano de instalação, 10 anos atrás, esse número se multiplicou em 13, pois saltou de 501 consultas para quase 7 mil.
Bebês que nasceram dentro do carro e dificuldade das mães
Nos seus 10 anos de criação, a instituição recebeu pouco mais de uma centena de bebês. Segundo informações, as estatísticas até março do ano passado, registram 125 bebês.
A entidade informou para o Asahi que dos 125 bebês, quase 50% deles não nasceram assistidos por uma instituição hospitalar. “Sem procurarem um hospital, 57 deram à luz em casa ou dentro do carro”, informa.
Apesar do Berço da Cegonha ou Akachan Post estar instalado no hospital de Kumamoto, os bebês lá deixados vem de Hokkaido a Kyushu, inclusive 1 do exterior ou estrangeiro. Dos 125 bebês, 104 tinham menos de 1 mês, 14 com menos de 1 ano e 7 com mais de 1 ano. Dentre eles, 11 tinham algum tipo de deficiência.
Maioria de mães jovens que deixam o bebê no Akachan Post
Segundo informação colhida pelo jornal Asahi, junto a um responsável pela instituição, houve um caso de uma jovem mãe que deixou uma carta explicando que ela e o parceiro ainda eram estudantes e não tinham condições de cuidar do filho. O bebê foi deixado com absorvente higiênico ao invés da fralda. O Akachan post também detectou que houve casos de mães que não queriam o bebê por ser fruto de estupro ou de gestação precoce, como de uma delas, com 11 anos.
Observando a faixa etária das mães que deixam seus bebês, quase a metade é jovem.
- 15: teen
- 45: faixa dos 20 anos
- 28: faixa dos 30 anos
- 8: faixa dos 40 anos
- 29: não se sabe
Seja através das cartas ou das conversas pelo interfone, os números expressam os motivos de cortar o laço entre pais e bebês lá deixados. Os principais, em respostas múltiplas, ilustram problemas emocionais, financeiros, familiares e sociais. Confira abaixo:
- 32: passa necessidade
- 27: mãe solteira
- 24: problema com o koseki/sociedade
- 22: problema com o parceiro
- 16: adultério
- 10: contrariedade dos pais
- 10: rejeição ao bebê
- 4: insegurança para criar o bebê ou sentimento de fardo
Fontes: Chunichi, Nishi Nippon, Asahi e Mainichi Fotos: Pixabay e Mainichi