A Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (Japan Aerospace Exploration Agency – JAXA) estabeleceu um método que usa raios laser para ajudar aeronaves a detectar turbulência aérea em boas condições climáticas, reduzindo assim os acidentes.
A JAXA desenvolveu um aparelho o qual permite que uma aeronave localize uma turbulência aérea cerca de 70 segundos antes de se aproximar dela – tempo suficiente para tomar medidas de segurança em relação àqueles a bordo antes do avião começar a chacoalhar.
Os radares de voos existentes podem identificar a turbulência aérea dentro de nuvens de chuva, mas raramente podem detectá-la quando o tempo está bom. O raio laser pode detectar substâncias invisíveis menores no ar e reconhecer a turbulência.
Quarenta por cento dos acidentes envolvendo aeronaves no Japão foram causados por turbulência
Dentre os acidentes que envolveram aeronaves de grande porte em todo o Japão de 1990 a 2012 que resultaram em ferimentos graves aos passageiros e tripulação, acredita-se que cerca de 40 por cento, ou 35 casos, foram causados por turbulência aérea, e a maioria ocorreu quando o tempo estava bom, de acordo com a JAXA.
Contudo, ainda poderá levar tempo para que a JAXA comercialize o equipamento e obtenha certificação para ele.
O aparelho, que pesa cerca de 150kg é acoplado na parte frontal de uma aeronave para direcionar o raio laser na direção da viagem.
O raio laser capta a luz espalhada das gotas de água e poeira no ar, identificando a turbulência no seu trajeto de voo. Ele notifica o piloto sobre a localização da turbulência com base no comprimento da onda de luz, que pode mudar dependendo da corrente de ar.
Se uma aeronave tem 70 segundos antes de entrar em turbulência, a tripulação tem tempo suficiente para acionar os avisos para apertar os cintos de segurança e suspender os serviços de cabine enquanto o avião muda seu trajeto de voo, incluindo preparar uma aterrissagem.
Para uma aeronave de grande porte, os 70 segundos podem dar tempo para 80 por cento dos passageiros a bordo estarem sentados e com os cintos fixados, de acordo com testes realizados pela NASA.
Fonte: Mainichi Imagem: Bank Image