Na quarta-feira (28), uma empresa aérea de baixo custo do Japão pediu desculpas a um passageiro deficiente por fazê-lo a sair de sua cadeira de rodas e se rastejar escada acima para embarcar em seu voo.
Hideto Kijima, de 44 anos, estava retornando para Osaka no dia 5 de junho após passar uns dias em Amami, uma pequena ilha no sul do Japão, quando um funcionário da empresa aérea Vanilla Air disse à ele que as regras da empresa proibiam qualquer pessoa de carregá-lo pela escada para embarcar.
Não havia qualquer tipo de elevador no pequeno aeroporto para transportar passageiros deficientes da pista até a porta da aeronave.
Os amigos de Kijima que viajavam junto com ele tentaram carregá-lo enquanto ele estava na cadeira de rodas, mas funcionários do aeroporto os impediram, dizendo que a ação era contra as regras de segurança da empresa aérea.
Kijima, então, saiu de sua cadeira de rodas e começou a se rastejar escada acima até chegar na porta da aeronave. De acordo com o jornal Asahi, ele subiu cerca de 17 degraus.
Em um blog, Kijima, que tem paralisia da cintura para baixo, disse que foi forçado a se rastejar pelas escadas usando apenas seus braços.
Na quarta-feira, a Vanilla Air, subsidiária da All Nippon Airways, disse que pediu desculpas à Kijima.
“Lamentamos muito por ter causado esse sofrimento”, disse um porta-voz da empresa à AFP, salientando que a companhia aérea, desde então, tornou obrigatória a instalação de elevadores para os passageiros deficientes naquele aeroporto.
Anteriormente, a empresa aérea proibia os passageiros que não podiam andar de embarcarem em voos em Amami porque era perigoso carregar alguém escada acima, disse o porta-voz.
Kijima, que é líder da Barrier-Free Consulting, já visitou 158 países e disse à Nippon TV na quarta-feira que ficou ”surpreso” quando o funcionário disse que ele não poderia viajar se não pudesse subir as escadas.
“Eu duvido que os funcionários do aeroporto achavam que isso não era errado”, salientou Kijima.
Toshihiro Higashi, um advogado e professor de leis na Universidade Kumamoto Gakuen, desaprovou a conduta da Vanilla Air. “Espera-se que uma empresa aérea, como parte do transporte público, esteja preparada para embarcar pessoas em cadeira de rodas”, disse ele.
Uma lei que entrou em vigor em abril de 2016 proíbe a recusa ou restrição de serviços a pessoas com deficiência física sem razão legítima.
Fonte: StraitsTimes, Asahi, NHK Imagens: NHK