Uma pesquisa realizada por uma equipe de pesquisadores do Centro Nacional do Câncer e da Universidade de Keio analisou que o consumo de 110g de peixes e frutos do mar diariamente diminui o risco de depressão. A pesquisa foi publicada na versão digital da revista Nature de terça-feira (26) e pelo Translational Medical Center (NCNP).
Pesquisadores investigaram a relação entre o consumo de 19 tipos de peixes e frutos do mar e o risco de depressão com 1.181 residentes na província de Nagano durante 25 anos. A pesquisa analisou o cotidiano, histórico médico e consumo de frutos do mar.
Os entrevistados foram divididos em 4 grupos distintos, de acordo com a quantidade de peixes consumida. Segundo a pesquisa, o risco de depressão do segundo grupo que consumia mais peixes e frutos do mar (média de 111g) em comparação com o grupo que consumia menos peixes e frutos do mar (média de 57g) era 56% reduzido.
A incidência de depressão do grupo que consumia mais peixes era apenas 26% mais baixa, o que contrariava as estatísticas. Contudo, os pesquisadores descobriram que o método de preparo e alguns ingredientes podem afetar o resultado.
Os pesquisadores explicam que o motivo é a ação no cérebro causada pelo ácido eicosapentaenoico (EPA), que compõe o Ômega-3. O mesmo padrão se repete na análise do consumo de EPA. O grupo que consumia menos EPA (200mg) tinha 46% mais risco de depressão do que o segundo grupo que menos consumia (307mg). Ou seja, quando maior for o consumo, menor será o risco de depressão.
“É aconselhável consumir 100g de peixes para manter a saúde do corpo e da mente”, disse Yutaka Matsuoka, chefe do departamento de pesquisas de apoio à saúde do Centro de Ciências para Saúde Pública do Centro Nacional do Câncer. “O consumo de peixes e frutos do mar está diminuindo ao longo dos anos. Espero que os resultados da pesquisa consigam fazer as pessoas perceberem os benefícios dos peixes e frutos do mar”, completa Matsuoka.
As pessoas que comem bastante peixe têm a tendência de consumir grandes quantidades de salada ou utilizar óleo de girassol ou canola para fritura. Esses óleos possuem grandes quantidades de Ômega-6, que causa inflamações e pode cancelar os efeitos do EPA, explica Matsuoka.
Fonte: Asahi e Mainichi Shimbun