Segundo a Marinha americana, as autoridades utilizam os acidentes graves de “Classe A” como um índice para calcular a segurança da aeronave em relação à taxa de acidentes a cada cem mil horas de voo. Classificam-se nessa categoria os acidentes com mortes ou com prejuízo total de 2 milhões de dólares (aproximadamente 227 milhões de ienes).
De acordo com as autoridades, houve nove acidentes graves com aeronaves de transporte vertical de decolagem e aterrissagem “Osprey” entre outubro de 2003 e agosto deste ano em testes de desenvolvimento. O período total dos voos equivale a 303.207 horas. A taxa de acidentes a cada cem mil horas é de 2.97. Segundo a Marinha, esse número é 50% maior do que o divulgado pelo MOD-Ministério da Defesa em outubro de 2012.
O governo havia enfatizado a segurança dos voos de “Osprey” naquela época porque os acidentes com ele ficaram abaixo do total entre todas as aeronaves da Marinha. Contudo, segundo análises divulgadas no fim do ano fiscal nos EUA, os acidentes com “Osprey” tendem a aumentar. Em setembro do ano passado, esse número foi equivalente a todos os outros acidentes com aeronaves da Marinha.
Após esse período, ocorreram os acidentes de pouso de emergência (dezembro de 2016) na costa de Nago (Okinawa) e de colisão (agosto de 2017) nos mares da Austrália.
“O risco latente nas aeronaves militares é inerente. Para promover um alto padrão de segurança, prepararemos medidas para todos os estágios”, disse o representante de publicidade da Marinha americana.
Contudo, segundo autoridades do MOD, “os acidentes ocorrem em decorrência de outros fatores além de falhas no controle da aeronave, e a taxa de acidentes é apenas um critério. Estamos pedindo aos EUA uma maior consideração na segurança”.
Motivo pode estar nos treinamentos severos
Segundo o crítico militar Tetsuo Maeda, os treinamentos severos do exército americano devido à tensão com a Coreia do Norte estão impactando na situação. Maeda aponta a vulnerabilidade na troca entre os modos de asa fixa e decolagem/aterrissagem vertical, e há a possibilidade dos treinamentos terem mostrado essa fragilidade.
Okinawa e Iwakuni (Yamaguchi) são bases de atividades de “Osprey” e mais acidentes podem ocorrer nessas regiões.
Fonte: Mainichi Shimbun via Yahoo