A United Airlines está se esforçando para reparar sua imagem pública gravemente manchada após a morte de um cão a bordo de um de seus voos ter reacendido debate público sobre as falhas da empresa aérea com os passageiros.
De acordo com a reportagem da Reuters, a United enfrenta possível ação por parte do Congresso dos EUA, assim como de autoridades federais e locais, juntamente com críticas de passageiros, após a mais recente série de deslizes de relações públicas da terceira maior empresa aérea dos Estados Unidos.
O incidente mais recente envolveu um buldogue francês, Kokito, que morreu na semana passada após uma comissária de bordo da United ter insistido para que a dona do cão colocasse a bolsa de transporte com o animal no compartimento de bagagem, acima das poltronas, durante um voo de 3 horas e meia.
Autoridades federal e local estão tentando determinar se há fundamentos para ação legal na morte do cão, e legisladores lançaram um projeto de lei ao Congresso que conduziria a Administração Federal de Aviação a proibir o alojamento de animais vivos em compartimentos superiores e estabilizar multas civis por violações.
Usuários da mídia social ameaçaram boicotar a companhia aérea, com milhares de tuítes e retuítes empregando as hashtags #BoycottUnited e #BoycottUnitedAilrines para alertar contra o uso dos serviços da empresa.
Em outro incidente também relacionado ao transporte de animais, a United mandou por engano para o Japão um cão que deveria ir para o Missouri.
Passageiro retirado de avião
Em abril passado, as carreiras de alguns executivos da United ficaram em perigo após a publicação de um vídeo em que a polícia de aviação do Aeroporto de O’Hare, em Chicago, ter tirado à força um médico vietnamita de 69 anos, ensanguentado, de sua poltrona e o arrastado pelo corredor de uma aeronave da United, que ainda não tinha decolado, para dar lugar a funcionários da empresa aérea.
O incidente, e uma desculpa inicial atrapalhada do chefe executivo da United, Oscar Munoz, levou a críticas severas contra a empresa por conta da falta de atendimento ao cliente.
Uma pesquisa feita pela Morning Consult descobriu que 40% dos entrevistados disseram que gastariam mais tempo e dinheiro para evitar usar os serviços da United.
Desde então, a pressão aumentou sobre o chefe executivo Oscar Munoz nos meses posteriores para melhorar as relações entre cliente e a empresa aérea, e manchetes negativas revelaram várias queixas de passageiros que ainda precisam ser endereçadas.
Projetos de lei
Após o incidente envolvendo o médico sendo arrastado do avião, um projeto de lei foi apresentado ao Congresso dos EUA que tornaria ilegal para uma companhia aérea retirar de um voo um passageiro já embarcado e solicitar às empresas aéreas que fizessem um reembolso prontamente aos passageiros se eles não recebessem o serviço para o qual eles pagaram.
A morte do cão Kokito na semana passada levou senadores dos EUA a introduzirem o “Decreto do Bem-Estar de Nossos Amigos Peludos”, ou WOOF, que iria impor multas civis por alojar animais no compartimento de bagagem superior de uma aeronave.
Deslizes da empresa podem afastar ainda mais os clientes
Enquanto a consolidação da indústria limitou o número de opções que os clientes nos EUA têm ao escolher uma companhia aérea, o vice-presidente da empresa de relações públicas Levick, Dan Rene alertou que os vários deslizes da United poderiam até afastar de sua marca os clientes sensíveis aos custos.
Isso levaria ao agravamento das parcerias com outras corporações enquanto menos empresas querem se associar a uma marca que eles veem como tóxica.
A United se negou a fazer comentários adicionais sobre a série de incidentes.
Fonte: Agência Reuters Imagem: Bank Image