Empresas japonesas fabricantes de produtos de beleza estão tomando medidas que vão contra as estratégias normais de negócios: elas estão limitando as vendas para alguns de seus melhores clientes individuais.
As compras em massa de produtos para pele e cosméticos japoneses por turistas estrangeiros levaram a reclamações por parte das empresas de que itens populares estão sempre fora de estoque.
Além disso, acredita-se que vários turistas estejam comprando a maior quantidade de produtos possível no Japão para revendê-los no exterior para terem lucros. Lojas de cosméticos dizem que tais revendas se tornaram notáveis no ano de 2015.
Turistas, que consideram de alta qualidade os cosméticos japoneses, estão oferecendo um grande negócio para a indústria de cuidados estéticos.
A Shiseido, a Kose e a Pola venderam para turistas estrangeiros um valor combinado de 93.9 bilhões de ienes ($883 milhões) em produtos de beleza no ano de 2017, alta de 80% em comparação a 2015.
Os chineses foram o maior grupo de turistas que vieram ao Japão ano passado.
Contudo, as empresas de cosméticos estão agora limitando as vendas para lidar com os problemas causados pelas compras em massa.
Avisos limitando a quantidade de produtos que podem ser adquiridos
As lojas da Fancl no Japão colocaram avisos em japonês e chinês em fevereiro, dizendo que as compras de seu Mild Cleasing Oil estão limitadas a 10 unidades por semana, por cliente.
Os mesmos produtos da marca estão disponíveis na China através de uma rede de distribuição oficial, mas os preços são um pouco caros devido aos custos de exportação e de liberação da alfândega.
Revendedores que compram em grandes quantidades no Japão podem vender os produtos da Fancl na China a preços bem mais baratos em comparação aos de lojas tradicionais no país, mas mais caros que os valores no Japão.
A Fancl disse que a medida para limitar as compras feitas por turistas no Japão visa proteger a imagem de sua marca e os lucros de sua loja oficial na China.
A Albion, subsidiária da Kose, limitou as vendas de seu skin milk a um item por dia por cliente desde o ano passado, anunciando a regra em seu site oficial em japonês, chinês e inglês.
A Albion disse que foi forçada a tomar a medida porque a produção não conseguia acompanhar o ritmo da alta demanda entre os turistas estrangeiros.
Desde fevereiro, clientes em lojas de departamento em Ginza (Tóquio) e outros estabelecimentos podem comprar apenas uma unidade do sérum da marca Shiseido por dia.
As lojas também postaram avisos em japonês, chinês e inglês que proíbem a compra de produtos da Shiseido com a intenção de lucrar.
Contudo, ainda resta saber se as novas regras terão o efeito desejado.
“Mesmo com o limite sobre unidades disponíveis, um intermediário que parece ser da China vem comprando os produtos em nossa loja ao trazer cerca de 20 turistas que concordam em colaborar”, disse um representante de uma das lojas de departamento.
Fonte: Asahi Imagem: Bank Image