Depósitos de terra-raras suficientes para atender a demanda global por séculos foram encontrados na ZEE- zona econômica exclusiva do Japão perto de uma das ilhas de Ogasawara, em águas a cerca de dois mil quilômetros ao sudeste de Tóquio.
A descoberta foi anunciada por uma equipe de pesquisa liderada pela Universidade de Tóquio e pela Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia Marinha e Terrestre (JAMSTEC) em um artigo publicado no jornal online Scientific Reports do Reino Unido em 10 de abril.
Cerca de 90% do fornecimento de terras-raras do mundo, usadas na fabricação de eletrônicos avançados, é atualmente feito pela China.
Em 2013, a equipe japonesa de pesquisa descobriu terras-raras na lama no leito marinho ao largo da costa de uma ilha, a Minamitorishima, que faz parte de Ogasawara.
16 milhões de toneladas métricas de terras-raras na área pesquisada
Entre 2013 e 2015, uma embarcação de pesquisa coletou amostras de 25 locais no fundo do oceano a cerca de 5.600 metros abaixo da superfície, a aproximadamente 250 quilômetros ao sul de Minamitorishima, e estimou a quantidade de depósitos de terras-raras em uma área de 2.400 quilômetros quadrados.
Segundo estimativa da equipe, há cerca de 16 milhões de toneladas métricas de terras-raras na área pesquisada, incluindo térbio suficiente (usado em motores) para durar 420 anos e európio suficiente (usado no componente luminescente de telas de cristal líquido) por 620 anos.
Tecnologia de extração
Os pesquisadores também desenvolveram uma tecnologia de extração. Levando em consideração que os grânulos de terras-raras na lama são pelo menos quatro vezes o diâmetro de grânulos normais de lama, a equipe criou uma técnica para peneirar os materiais valiosos com uma máquina especial.
“Descobrimos que há recursos suficientes (de terras-raras) no fundo do mar”, disse Yasuhiro Kato, membro da equipe e professor da Universidade de Tóquio.
“A possibilidade de extraí-los de forma eficiente está aumentando, e estamos a um passo de tornar o desenvolvimento desse recurso uma realidade”.
Fonte: Mainichi Imagem: Wikimedia