Uma erupção hipotética do Monte Fuji, o pico mais alto do Japão, poderia fazer com que cinzas vulcânicas cobrissem Tóquio e deixar a capital paralisada, de acordo com um relatório do governo obtido pela Kyodo News.
O relatório se tornará a base do esboço de um plano de contingência para tal cenário, o que pode incluir a evacuação de residentes e envio de escavadeiras para limpar as ruas.
O Monte Fuji é um vulcão ativo que fica a cerca de 100 quilômetros da central de Tóquio. Registros históricos mostram que ele vivenciou pelo menos 10 erupções de grande escala desde 781, embora três séculos tenham se passado desde a última vez que ele expeliu material e ele não tem mostrado sinal algum de atividade desde os anos 1960.
Prejuízos de mais de 2,5 trilhões de ienes
De acordo com o relatório obtido em 30 de abril, mais de 10cm de cinzas poderiam cair nos 23 bairros de Tóquio em semanas, tornando as ruas inacessíveis e interrompendo o fluxo de produtos e de pessoas na área da metrópole – lar para uma população de mais de nove milhões.
Somente 0.5cm de cinzas poderiam começar a causar problemas mecânicos em carros e desencadear efeitos adversos na saúde, principalmente nos olhos e pulmões. Mais de 1cm poderia causar massivos cortes de gás e falhas no sistema de filtração, alerta o relatório.
Anteriormente, o governo havia elaborado um mapa mostrando que três províncias ao redor do Monte Fuji – Kanagawa, Yamanashi e Shizuoka – poderiam presenciar até 50cm de cinzas vulcânicas, enquanto 10 a 20cm poderiam cair além dessas áreas.
Segundo estimativa anterior do governo, uma erupção poderia resultar em danos e perdas de mais de 2,5 trilhões de ienes ($23 bilhões).
“Contudo, se incluirmos o impacto na aviação e outros sistemas de transporte, assim como infraestrutura secundária, o custo poderia ser bem mais de dois trilhões de ienes”, disse Toshiyasu Nagao, líder do Centro de Pesquisa de Previsão de Terremotos da Universidade Tokai.
Anel de Fogo do Pacífico
O Japão está situado no chamado “Anel de Fogo do Pacífico” e é lar para 11 vulcões ativos, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão.
Outro pico, o Monte Shinmoe, na ilha de Kyushu, tem entrado em erupção intermitentemente desde o início de março, cobrindo a área ao redor com uma camada de cinzas e afetando a agricultura local e indústrias do turismo.
Em abril, o Monte Io, também em Kyushu, entrou em erupção pela primeira vez em 250 anos.
Fonte: Japan Times, Kyodo, AFP-Jiji Imagem: Banco de Imagens