O Dark Tourist tem sido um hit global, mas autoridades no Japão não estão satisfeitas com as cenas do segundo episódio que fala sobre Fukushima.
O Governo da Província de Fukushima e a Agência de Reconstrução estão considerando tomar medidas contra um vídeo da série “Dark Tourist” (Turismo Macabro, em português) da gigante provedora global de filmes e séries de televisão via streaming Netflix Inc., informaram fontes em 1º de setembro.
O vídeo mostra um tour organizado para estrangeiros em áreas afetadas pela tripla fusão de março de 2011 em Fukushima. Durante o tour, David Ferrier, um jornalista neozeolandês e anfitrião da série, suspeita que uma refeição servida em um restaurante na cidade de Namie foi contaminada pela radiação.
A província e a agência temem que o vídeo alimente preocupações sem razão relacionadas ao desastre da planta nuclear de número 1 de Fukushima que foi destruída pelo tsunami de março de 2011, disseram as fontes.
O vídeo também mostra o jornalista entrando, sem permissão, em uma área proibida ao redor da planta nuclear afetada e fazendo uma reportagem em uma antiga arcada de jogos no local.
Além disso, o vídeo mostra a preocupação de participantes de um tour com a elevação das leituras de radiação no ônibus onde estão, embora não seja especificado por onde o veículo está passando.
O chamado turismo nuclear atraiu cerca de 94 mil visitantes do exterior a Fukushima em 2017.
Alarmado pela situação, o governo da província de Fukushima decidiu cooperar com a agência de reconstrução para responder à questão, disseram fontes. A planta nuclear extinta é gerenciada pela Tokyo Electric Power Company Holdings Inc.
“Estamos examinando o conteúdo do vídeo”, disse um alto funcionário da província.
A Netflix oferece acesso online a filmes e dramas de tevê a tarifas fixas. Ela tem cerca de 130 milhões de usuários em 190 países.
Em sua série “Dark Tourist”, lançada em julho, Farrier viaja a locais associados a eventos históricos negativos em todo o mundo, incluindo uma antiga área de teste nuclear no Cazaquistão.
Fonte: Jiji, Japan Times Imagens: Netflix