Tsunami foi gerado por um terremoto de magnitude 7,5 na sexta-feira, 28 de setembro (NHK)
Neste domingo (30), equipes de resgate continuam em busca de vítimas que estão presas sob construções que desabaram, onde vozes podem ser ouvidas pedindo por ajuda após um massivo terremoto na Indonésia de magnitude 7,5 ter gerado um tsunami há dois dias que deixou pelo menos 832 mortos.
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Muhammad Syaugi, chefe da agência de busca e resgate da Indonésia, disse que podia ouvir pessoas chamando do Hotel Roa-Roa de oito andares que desabou na cidade de Palu, na ilha de Sulawesi.
“Ainda posso ouvir as vozes de sobreviventes gritando por ajuda enquanto inspeciono o local”, disse ele, frisando que pode haver cerca de 50 pessoas presas no interior do hotel.
O Ministério da Informação disse que o número oficial de mortes é de 405, com todas as fatalidades registradas na cidade de Palu, a mais atingida pelo desastre.
Contudo, o porta-voz para a agência de desastres, Sutopo Purwo Nugroho, disse que o número poderia aumentar uma vez que as equipes de resgate chegassem a áreas costeiras. Ele disse que outras pessoas estavam desaparecidas, sem dar uma estimativa de números.
As cidades próximas a Palu, Donggala e Mamuju, também foram destruídas, mas pouca informação estava disponível devido às estradas danificadas e interrupção das redes de telecomunicação.
Nugroho disse que um grande número de pessoas estava participando de um festival na praia em Palu quando o tsunami ocorreu no entardecer de sexta-feira (28). O destino dessas pessoas é desconhecido.
Várias construções foram destruídas pelo terremoto de magnitude 7,5 (NHK)
Esse é o mais recente desastre natural na Indonésia, que é frequentemente atingida por terremotos, erupções vulcânicas e tsunamis devido a sua localização no “Anel de Fogo”, um arco de vulcões e falhas geológicas no Círculo do Pacífico.
Em dezembro de 2004, um massivo terremoto de magnitude 9,1 ao largo da costa de Sumatra, no oeste da Indonésia, desencadeou um tsunami que matou 230.000 pessoas em dezenas de países. No mês passado, um forte terremoto na ilha de Lombok deixou 505 mortos.
Imagens da rede de televisão indonésia mostraram um vídeo dramático registrado por smartphone de uma forte onda atingindo Palu, com pessoas gritando e correndo em pânico. As águas destruíram prédios e uma mesquita.
A Indonésia é um vasto arquipélago formado por mais de 17.000 ilhas que são lares para 260 milhões de pessoas. Estradas e infraestruturas são precárias em muitas áreas, dificultando o acesso nas melhores das condições.
A agência de desastres disse que aeronaves essenciais podem pousar no aeroporto de Palu, embora a AirNav, que supervisiona a navegação de meios de transporte aéreo, ter dito que a pista estava rachada e a torre de controle danificada.
A Air Navi disse que um de seus controladores de tráfego aéreo, de 21 anos, morreu no terremoto após permanecer na torre para garantir a segurança de um voo que ele tinha acabado de liberar para partida.
Mais da metade de 560 detentos de uma prisão de Palu fugiram após os muros da unidade terem desabado durante o terremoto, disse o supervisor do local, Adhi Yan Ricoh.
“Foi muito difícil para os guardas de segurança evitarem a fuga dos detentos, visto que eles ficaram em pânico e tiveram que se salvar também”, disse ele à agência de notícias estatal Antara.
“Nós nem pensamos em encontrar os presos. Nós nem temos tempo de relatar esse incidente aos nossos superiores”, disse ele.
O presidente indonésio Joko Widodo “Jokowi” disse na noite de sexta-feira que havia instruído o ministério da segurança a coordenar a resposta do governo ao desastre.
Jokowi também disse aos repórteres que pediu ao chefe do exército do país para ajudar com os esforços de busca e resgate.
O porta-voz das Nações Unidas, Stephane Dujarric, disse que representantes da organização estavam em contato com autoridades indonésias e “estavam prontos para fornecer suporte de acordo com o solicitado”.
Fonte: Mainichi
Imagens: NHK