A Naegleria fowleri pode ser encontrada em corpos quentes de água doce, como lagos, e estâncias termais (imagem ilustrativa)
Após um homem de 29 anos ter morrido vítima de uma infecção que é comumente chamada de ameba comedora de cérebro, oficiais da saúde estão investigando o resort de surfe que ele visitou no Texas, EUA.
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A KVTV, afiliada da CNN, identificou o homem como Fabrizio Stabile de Nova Jersey, que visitou um resort de surfe do BSR Cable Park que fica na cidade de Waco antes de desenvolver os sintomas em setembro.
“Não houve relatos de outras doenças e a infecção pela Naegleria fowleri não se espalha de pessoa para pessoa”, escreveu em um email Brittany Behm, porta-voz do CDC- Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA.
“O CDC está realizando testes em amostras de água para a Naegleria fowleri e vai trabalhar com departamentos de saúde locais e do estado em recomendações à instalação sobre como reduzir potenciais exposições”, frisou.
A ameba Naegleria fowleri pode ser encontrada em corpos quentes de água doce, como lagos, e estâncias termais. Ela infecta as pessoas ao entrar pelo nariz e “viajar” até o cérebro.
Lá, ela pode causar uma infecção cerebral que o CDC chama de “rara e devastadora”, conhecida como meningoencefalite amebiana primária. Ela é quase sempre fatal, embora algumas pessoas tenham sobrevivido.
“Soubemos do Departamento de Saúde de Nova Jersey que o paciente foi ao parque em 8 de setembro e ficou doente no dia 14”, disse Behm. Ele morreu em 21 de setembro.
Uma página da GoFundMe lançada por pessoas próximas a Stablie dizem que ele estava aparando a grama quando sentiu uma forte dor de cabeça. Essa dor não parou até a manhã seguinte e seus sintomas progrediram até ele não conseguir falar de forma coerente ou sair da cama. Ele foi levado para o hospital, onde os médicos encontram a ameba em seu líquido cefalorraquidiano.
“O cenário de pior caso estava sendo desdobrado em frente aos nossos olhos”, diz o site.
A ameba Naegleria fowleri causa uma infecção cerebral que o CDC chama de “rara e devastadora”, conhecida como menigoencefalite amebiana primária (CDC via CNN)
Um medicamento antiparasítico chamado miltefosine (vendido como Impavido) tem sido usado para tratar pacientes e em dois casos no ano de 2013 recebeu créditos por ter salvado vidas. Contudo, de acordo com a página do GoFundMe, “no momento do diagnóstico de Fabrizio, já era tarde demais”.
Houve nove casos de meningoencefalite amebiana primária no Texas desde 2005, de acordo com o Distrito de Saúde Pública do Condado de Waco-McLennan. Dados do CDC que remontam ao ano de 1960 mostram entre zero e oito casos por ano a nível nacional, com cinco em 2016, zero em 2017 e nenhum outro caso relatado neste ano.
O resort está cooperando com uma investigação para localizar onde em seu sistema de água que a ameba pode estar, de acordo com o departamento de saúde local. Amostras foram coletadas de todo o parque, mas os resultados estão pendentes. “Por total precaução, o resort está fechado por enquanto”.
O resort não respondeu a solicitações para comentários. Seu site diz, “Fechado agora para o inverno”.
O departamento de saúde recomenda manter a água fora do nariz quando nadar em água doce quente ou sem tratamento, ao apertar o nariz com os dedos, mantê-lo acima da água ou usar um clipe nasal.
Fonte: CNN Health
Imagem: CDC, Banco de imagens