Microplásticos foram encontrados pela primeira vez nas fezes de oito pessoas do Japão e da Europa, anunciou uma equipe de pesquisadores da Universidade Médica de Viena e da Agência do Meio Ambiente da Áustria em 23 de outubro.
A equipe liderada por Philipp Schwabl da universidade, que apresentou a descoberta em uma reunião da United European Gastroenterology Week – UEG Week – encorajou a necessidade de uma investigação de ampla escala para avaliar o impacto de microplásticos na saúde humana.
Os microplásticos, menores que 5mm em diâmetro, são originários de lixo plástico no mar ou outros locais que são destruídos pelas condições climáticas, degradação e desgaste.
Pesquisadores alertam que a poluição por plástico está se espalhando no mundo todo. Microplásticos foram detectados nos corpos de espécies marinhas e água potável no mundo.
De acordo com o estudo mais recente, microplásticos com diâmetros que variaram de 0.05 e 0.5mm foram encontrados nas fezes de oito pessoas com idades entre 33 e 65 de oito países – Áustria, Reino Unido, Finlândia, Itália, Japão, Holanda, Polônia e Rússia.
Em media, 10 gramas de fezes continham 20 fragmentos. Os pesquisadores encontraram nove tipos de microplásticos e a maioria ou tinha base de polipropileno, que é usado para filme plástico de cozinha, ou de politereftalato de etileno, material para garrafas de plástico.
Antes do exame de suas amostras de fezes, os participantes registraram o que eles haviam comido por uma semana. Os dados mostraram que todos eles consumiram alimentos que vieram embrulhados em filme plástico e ingeriram líquidos de garrafas de plástico. Mais da metade deles também consumiu produtos marinhos.
Schwabl disse em uma declaração que o estudo da equipe confirmou “o que já suspeitávamos há muito tempo, que os plásticos no final das contas chegam ao intestino humano”.
O doutor salientou que enquanto as mais altas concentrações de plástico em estudos com animais foram encontradas no estômago, partículas de microplásticos são capazes de entrar na corrente sanguínea, sistema linfático e até chegar ao fígado.
“Agora que temos a primeira evidência para microplásticos dentro do corpo humano, precisamos de pesquisas adicionais para compreender o que isso significa para a saúde humana”.
Fonte: Mainichi Imagem: Mainichi, Banco de imagens