Os ministérios do governo central do Japão e das Forças de Autodefesa receberam orientações na segunda-feira (10) que efetivamente os proíbem de comprar computadores pessoais, servidores e equipamento de telecomunicações da Huawei Technologies e de outras empresas chinesas.
As orientações são designadas a prevenir vazamentos de informação sigilosa. Elas também colocam o Japão em passo com os EUA, os quais impuseram sanções sobre empresas chinesas por seus negócios com o Irã e outros assuntos. A Huawei é suspeita de ignorar as sanções e exportar produtos ao Irã.
Além disso, os EUA temem que alguns equipamentos eletrônicos e de telecomunicações feitos na China poderiam ter software malicioso integrado capaz de coletar informação sigilosa.
Essa é a primeira vez que o governo japonês compilou orientações de aquisição para equipamento de telecomunicação.
As novas regras entrarão em vigor em algum momento do próximo ano, após um período de treinamento.
A embaixada chinesa em Tóquio demonstrou “sérias preocupações” sobre relatos de que o Japão proibirá aquisições do governo de equipamentos da Huawei e da ZTE.
As orientações cobrem computadores pessoais, servidores, roteadores e outros equipamentos usados por organizações do governo japonês. Se software malicioso e vírus estiverem integrados em tais equipamentos, dados poderiam ser vazados e os sistemas poderiam apresentar falha na operação. Informação sigilosa em relação aos movimentos das Forças de Autodefesa e operações também poderia ser extraída.
Os EUA têm estado na linha de frente em realizar medidas contra empresas chinesas de equipamentos de comunicação.
Em abril, Washington proibiu a ZTE de fazer negócios com empresas americanas por vender equipamento ao Irã e à Coreia do Norte apesar das sanções. Em agosto, Washington decretou a Lei Nacional de Autorização de Defesa, ou NDAA, a qual inclui uma proibição planejada sobre empresas em todo o mundo que usam produtos da Huawei e outras companhias chinesas de tecnologia.
Uma fonte do governo japonês disse que Washington forneceu informações em relação aos riscos de segurança e de equipamentos feitos na China. Os padrões mais rigorosos de compra do Japão refletem a informação.
Fonte: Nikkei