A operadora japonesa de telefonia móvel SoftBank decidiu substituir o equipamento da Huawei Technologies em sua infraestrutura de rede de telecomunicações 4G por hardware fabricado pela Ericsson e Nokia, soube o jornal Nikkei.
A decisão reflete as crescentes preocupações com a segurança em relação a potenciais vazamentos de informação sigilosa, desligamento de sistemas e outros riscos envolvidos ao usar equipamento de telecomunicações chinês.
O hardware será substituído ao longo dos próximos anos. A SoftBank é a única operadora de telecomunicações no Japão que usa equipamento da Huawei, que é considerado competitivo em termos tanto de tecnologia como de preço, para suas estações de base.
A operadora também poderá fazer encomendas junto às duas empresas europeias para suas redes 5G.
A medida ocorre com os esforços do governo em limitar o setor público de adquirir equipamento chinês de comunicações. Na segunda-feira (10), Tóquio proibiu efetivamente que ministérios do governo central e as Forças de Autodefesa de fazerem isso, com medidas que devem entrar em vigor no mês de abril.
“É extremamente importante evitar a compra de equipamento que inclui funções maliciosas como roubo, destruição de informação ou interrupção de sistemas de informação”, disse o primeiro-ministro Shinzo Abe aos repórteres.
As outras duas operadoras de telefonia móvel do Japão, a NTT Docomo e a KDDI, também decidiram não usar equipamento chinês em suas redes 5G. A empresa de e-commerce Rakuten, que deverá se tornar a quarta operadora de telefonia do país no ano que vem, vai buscar a Nokia para sua rede 4G.
A Nova Zelândia bloqueou uma de suas principais operadoras de usar produtos da Huawei, enquanto a provedora britânica BT disse que removerá equipamento produzido pela fabricante chinesa de suas redes 3G e 4G.
A Huawei e a ZTE já estão proibidas no mercado dos EUA, tendo sido sancionadas por alegados negócios com o Irã.
Washington também vai bloquear empresas que usam produtos de certas companhias chinesas de fazerem negócios com agências do governo a partir de 2020 – uma preocupação para a SoftBank e a NTT, visto que elas buscam expandir no exterior.
Fonte: Nikkei