É difícil saber como disciplinar nossos filhos.
É exaustivo. É irritante.
Na maioria das vezes acontece assim:
As crianças não agem da forma que a gente espera.
Nós ficamos irritados. Eles contrariados. E o caos se instala.
A verdade é que muitas vezes VOCÊ não sabe que tipo de disciplina utilizar. Mas sabe bem o que NÃO quer usar.
Você quer construir um relacionamento com sua criança, não prejudicá-lo. Você quer diminuir o drama, e não aumentá-lo.
O que eu quero passar para você é que os momentos em que você enfrenta os seus maiores desafios com seus filhos, é também o momento em que VOCÊ tem a oportunidade de ensiná-los.
Quando sua criança se comporta mal, o que você faz? O castigo é sua meta principal?
Disciplinar é uma das coisas mais amorosas que você pode fazer pela sua criança. Nossos filhos precisam aprender habilidades tais como inibir impulsos, controlar a raiva e sobre o impacto de seus comportamentos sobre os outros.
Se você for capaz de oferecer isso para as crianças, você estará oferecendo um presente importante não só para elas, mas para toda a família e até mesmo para o mundo.
A DISCIPLINA POSITIVA, que é a abordagem que eu sigo e acredito, é uma forma de disciplinar cheia de respeito e aprendizado, mas também tem limites muito claros e consistentes.
Disciplinar a criança não deve ser algo padronizado.
Você pode se perguntar: “meus filhos saíram do mesmo forninho, tem o mesmo DNA, por que são tão diferentes?”
Porque cada criança tem um temperamento e uma percepção de mundo diferente da outra. O que serve para um pode não servir para o outro. E muitas vezes o que funcionou uma vez, pode não funcionar 10 minutos depois, para a mesma criança.
Por exemplo: eu costumava ameaçar meus filhos contando 1, 2 , 3… até que chegou um dia que o 1,2,3 não funcionou mais…Simplesmente porque eu fiz da disciplina algo automático.
De repente algo deu certo e eu achei que tinha descoberto a fórmula mágica.
Mas não, disciplinar não é algo automático, e se você faz isso, você perde a oportunidade de se conectar com a criança e de oferecer o que ela precisa naquele momento.
Quando disciplinamos no piloto automático, reagimos a uma situação muito mais a partir do nosso estado de espírito do que de acordo com o que nosso filho precisa naquele momento.
Quando a gente tenta automatizar a disciplina a gente cai na armadilha de achar que por ser algo automático você não precisa fazer toda hora. Nesse caso, ensinar toda hora. Mas nossos filhos não são como a nossa lava-louça que basta ligar o botão e pimba! Louças lavadas…
Nossos filhos são seres em formação. Então, provavelmente, você terá que repetir os mesmos ensinamentos por muitas e muitas vezes.
Ser pai e mãe é para sempre. Ensinar nossos filhos é para sempre. Quando a gente entende isso e não leva o mau comportamento para o lado pessoal, fica mais fácil entender que na hora que seu filho de 2 anos está chorando no meio do mercado, não é porque ele quer desafiar, mas sim porque ele precisa te comunicar algo que ele ainda não sabe dizer em palavras.
E nesse caso, nós precisamos nos conectar antes de corrigir a criança.
Conectar, Redirecionar e Corrigir
O primeiro passo para estabelecer uma disciplina eficiente é nos conectarmos emocionalmente com nossos filhos.
Conexão significa que damos atenção, que os respeitamos o suficiente para escutá-los, que valorizamos suas contribuições para a solução dos problemas e que estamos ao lado deles. Mas conexão não é o mesmo que permissividade. Na verdade, é o oposto disso.
Conexão é dar a atenção que a criança necessita e oferecer limites claros e consistentes, criando assim um estrutura propícia para o seu desenvolvimento.
Estudos têm mostrado que o vínculo que pais e filhos criam juntos é um dos fatores determinantes para que a criança tenha sucesso na vida pessoal.
Conectar antes de corrigir, é a melhor maneira de promover a mudança de comportamento.
Veja alguns exemplos de como estabelecer a conexão antes de corrigir:
CONEXÃO. Validando os sentimentos da criança: “Vejo que você está frustrado e bravo”.
CORREÇÃO. “Tudo bem você estar se sentindo assim, mas você não pode bater. O que mais você poderia fazer para resolver isso?”
CONEXÃO. Verbalize o afeto: “Eu me importo com o que você tem a dizer”.
CORREÇÃO.”Vamos reservar um tempo para sentarmos juntos e pensarmos em soluções que sejam respeitosas com todos”.
Nem sempre seremos capazes de agir de forma sutil e conectada, isso é natural, pois somos humanos. Mas quanto mais nos conectamos com nossos filhos, mais fácil aprendemos a lidar com os dramas quando reagimos ao seu mau comportamento.