A dor causada por cólicas menstruais está fazendo com que as mulheres percam aproximadamente 9 dias de produtividade no trabalho, descobriram pesquisadores.
Em um novo estudo publicado no British Medical Journal, uma equipe de cientistas da Holanda avaliou 32.748 mulheres com idades entre 15 e 45.
Ao conduzir o estudo entre julho e outubro de 2017, os pesquisadores pediram às participantes que divulgassem detalhes de seus ciclos menstruais, incluindo o período médio que ficam menstruadas, a gravidade dos sintomas e se elas haviam ou não faltado ao trabalho por causa de dores sentidas nesse período.
De acordo com as descobertas dos pesquisadores, 26.438 daquelas entrevistadas relataram que foram trabalhar mesmo se sentindo mal – também conhecido como presenteísmo*– mas as mulheres com sintomas menstruais tiveram níveis menores de produtividade.
Os pesquisadores registraram uma perda média de produtividade de 33% por ano dentre mulheres devido ao presenteísmo, o que se igualou a uma média de 8.9 dias de perda de produtividade.
Além disso, 4.514 mulheres relataram ter faltado ao trabalho devido a dores relacionadas ao período menstrual.
Somente um pouco mais de 3% das participantes disseram que faltaram ao trabalho durante todo, ou quase todo, o período.
Mulheres com idade inferior a 21 estavam mais propensas a relatarem absenteísmo** durante o período de dores.
Enquanto isso, somente um quinto das mulheres que ficaram em casa por causa de seus ciclos disseram a seus chefes ou escola a razão para suas ausências.
Os pesquisadores explicaram que a dor menstrual está causando uma “grande dose de perda de produtividade”, com a descoberta de que o presenteísmo é uma questão mais urgente do que o absenteísmo.
“Há uma necessidade urgente para mais foco sobre o impacto desses sintomas, principalmente em mulheres com idade inferior a 21, para discussões de opções de tratamento com mulheres de todas as idades e, idealmente, mais flexibilidade para mulheres trabalharem ou irem à escola”, afirmam eles em conclusão.
Quase 70% das participantes disseram que gostariam de ter maior flexibilidade com suas horas de trabalho durante os dias do ciclo menstrual.
Em 2016, um professor do University College London disse que as dores causadas no período menstrual são “tão ruins quanto ter um ataque cardíaco”.
John Guillebaud, professor de saúde reprodutiva na universidade, disse acreditar que a dor do período menstrual é “algo que deveria ser tratado como qualquer outra coisa na medicina”.
* nome dado ao fenômeno de se estar de corpo presente no ambiente de trabalho, mas, por vários motivos o profissional não tem produtividade.
**padrão habitual de ausências no processo de trabalho, dever ou obrigação, seja por falta ou atraso, falta de motivação ou devido a algum motivo interveniente.
Fonte: The Independent