Tensão entre Japão e Coreia do Sul aumenta: boicote de produtos japoneses

Boicotes contra produtos japoneses na Coreia do Sul aumentam após intensificação das restrições de exportação de produtos coreanos pelo governo japonês. Saiba mais.

Manifestação na última sexta-feira (5) na Embaixada do Japão em Seul, à esquerda, e supermercados se recusando a vender produtos japoneses, à direita

Após a intensificação das regras de exportação de materiais de semicondutores vindos da Coreia do Sul pelo governo japonês, as atividades de boicote de produtos japoneses vêm crescendo na Coreia. O movimento está crescendo nas mídias sociais locais por parte dos próprios usuários.

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Recentemente, a imagem do Sol da bandeira do Japão na palavra “NO” com a mensagem “Não irei, não comprarei” repercutiu bastante no Twitter e no Instagram na Coreia do Sul. Essa imagem faz parte do movimento de boicote a produtos japoneses. A figura era compartilhada com a hashtag “#boycottjapan”, e vinha acompanhada de mensagens como “Vamos priorizar e consumir os produtos coreanos” e “Participarei dos boicotes”.

Logo do boicote a produtos japoneses compartilhado no Twitter

O anúncio da intensificação das restrições de exportação contra a Coreia do Sul foi feito no dia 1° deste mês. Após isso, as críticas e revoltas contra o Japão vêm crescendo na Coreia. No dia 5 do mês, várias organizações autônomas se reuniram em frente à Embaixada do Japão em Seul e fizeram uma manifestação.

Manifestação na frente da Embaixada do Japão em Seul (Imagem: FNN)

Imagens divulgadas pelo jornal da FNN mostram os participantes carregando faixas e pisando em caixas com logos de marcas japonesas.

Manifestantes pisam em caixas com logos de marcas japonesas (Imagem: FNN)

O movimento chegou até a supermercados e lojas de varejo locais. A imagem de um funcionário de supermercado retirando cervejas, cigarros e alimentos japoneses das prateleiras para devolvê-los foi bastante divulgada nas mídias.

Segundo mídias coreanas, o supermercado “e-mart” registrou queda de 15.6% em vendas de cervejas japonesas entre os meses de janeiro a setembro. Por outro lado, a venda de cervejas coreanas aumentou em 19%, “mostrando o impacto do boicote”, segundo funcionários do “e-mart”.

Contudo, não se sabe até onde o movimento irá se estender. O The Chosun Ilbo, um dos principais jornais do país, explica que “(o boicote) só irá impactar as empresas coreanas que fazem comércio com empresas japonesas” e pede por “uma ação mais inteligente”.

O jornal JoongAng Ilbo, um dos “três grandes” da Coreia do Sul, enfatizou que “não é possível cortar as relações comerciais entre o Japão e a Coreia” e pediu por comportamento mais calmo.

Fonte: Jiji Press, Yahoo e FNN

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Quatro iranianos libertados de centro de detenção após greve de fome

Publicado em 11 de julho de 2019, em Sociedade

Todos os 4 estavam detidos há mais de 2 anos porque seus vistos expiraram.

Os iranianos estavam detidos em um centro da imigração em Ibaraki (ilustrativa/banco de imagens)

Quatro iranianos ganharam liberdade temporária de um centro de detenção na cidade de Ushiku (Ibaraki) na terça-feira (9) após fazerem greve de fome por causa de seus longos encarceramentos em decorrência de violações em relação ao visto.

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Um homem na faixa dos 30 anos que foi detido há cerca de 2 anos e 8 meses começou sua greve de fome em 10 de maio. Ele não comeu por 50 dias e perdeu 25Kg.

“Não tive escolha a não ser ferir meu corpo porque somente os detidos doentes podem ser liberados”, disse ele sobre sua ação de protesto.

Dos quatro homens soltos do Centro de Imigração Higashi-Nihon, somente Majid Seyed Nejat, de 51 anos, foi identificado. Os outros eram homens na faixa entre 30 e 40 anos. Todos eles estavam detidos há mais de 2 anos porque seus vistos expiraram.

Nejat ficou detido tanto no Centro de Imigração Higashi-Nihon como em uma instalação de detenção no distrito de Minato em Tóquio administrado pelo Departamento de Imigração Regional de Tóquio. No total, ele ficou detido por 2 anos e 5 meses.

“Minha opção era sair como um cadáver ou caminhando”, disse ele.

Nejat disse que sua condição de saúde havia ficado muito ruim e que agora ele tem pouco apetite. Ele também não consegue usar as escadas, visto que sua perna esquerda fica dormente.

Grupos de advogados em todo o país manifestaram preocupação com o aumento nítido de detenções prolongadas por causa de violações em relação a visto desde 2006. Mesmo as Nações Unidas criticam a prática.

Em 24 de junho, um nigeriano morreu no Centro de Imigração Omura na província de Nagasaki.

Houve relatos de que o nigeriano fez greve de fome em protesto por causa de sua longa detenção.

Desde 2007 durante processos judiciais, houve 15 mortes em centros de detenção.

“De um modo geral, a liberdade temporária é garantida quando a saúde de detidos se agrava”, disse um representante do Centro de Imigração Higashi-Nihon. “Dependendo da situação, eles podem ser detidos novamente”.

O advogado Koichi Kodama, que é bem versado em questões de imigração, disse que o propósito de detenção sob a Lei de Controle e Reconhecimento de Refugiados é em preparação para a deportação.

Entretanto, quando detidos não podem ser deportados, a detenção prolongada derrota o seu propósito, disse ele.

“Há necessidades de reformulação radical da política à luz de todas essas greves de fome”, disse Kodama.

Fonte: Asahi

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