Os EUA impuseram novas tarifas sobre US$112 bilhões de produtos importados chineses como sapatos, fraldas e comida.
As novas tarifas são uma escalada acentuada na guerra comercial e pode custar cerca de US$800 ao ano para as famílias.
A medida é a primeira fase do mais recente plano do presidente dos EUA Donald Trump em aplicar 15 por cento de tarifas sobre US$300 bilhões de importações chinesas até o fim deste ano.
Em resposta, Pequim introduziu tarifas sobre o petróleo bruto dos EUA, na primeira vez que o combustível foi alvo.
Se imposto integralmente, o programa de Trump significaria que quase todas as importações chinesas – no valor de cerca de US$550 bilhões – estariam sujeitas a tarifas punitivas.
O que foi inicialmente um conflito sobre as práticas comerciais alegadamente injustas da China é cada vez mais visto como um embate de poder geopolítico.
Até agora, Washington impôs tarifas sobre US$250 bilhões de produtos chineses para pressionar Pequim a mudar suas políticas sobre propriedade intelectual, subsídios industriais, acesso ao mercado e as transferências forçadas de tecnologia a firmas chinesas.
Pequim nega consistentemente que se engaja em práticas comerciais injustas e retaliou com tarifas sobre US$110 bilhões de produtos dos EUA.
O que vem a seguir?
Donald Trump disse que equipes comerciais dos EUA e da China continuam a conversar e se encontrarão ainda este mês, mas nenhum detalhe adicional foi publicamente confirmado.
A partir de 15 de dezembro a segunda fase de 15% de tarifas será lançada sobre o restante dos produtos chineses que anteriormente não haviam sido afetados.
Isso inclui tecnologia como telefones e computadores que Trump buscou proteger até agora.
Na mesma data, a China lançará tarifas sobre mais 3.000 produtos dos EUA.
Novas tarifas impactam firmas japonesas
Empresas japonesas já se preparam para um impacto de tarifas adicionais que os EUA implementaram sobre bilhões de dólares de produtos chineses em 1º de setembro.
Atsusuke Kawada, pesquisador sênior na Organização de Comércio Exterior do Japão – JETRO – diz que algumas empresas japonesas que têm negócios nos EUA já começaram a aumentar o estoque ao importar da China antes do tempo.
Kawada disse que outras empresas estão mudando suas capacidades de produção para fora da China.
Ele disse que as exportações japonesas e equipamento de produção para a China sofrerão consequências das tarifas.
Kawada diz que o presidente dos EUA Donald Trump está disposto a continuar as negociações com a China e que a próxima rodada de discussões de nível ministerial em Washington deveria ser cuidadosamente monitorada.
Ele também manifesta preocupação sobre um aumento de tarifa adicional, dizendo que isso seria um golpe a mais para as empresas japonesas.
Fonte: BBC, NHK