O número de bebês nascidos no Japão está diminuindo ainda mais rápido que o esperado, evidenciando a necessidade de suporte para as famílias a fim de evitar um desgaste maior sobre a rede de segurança social e economia da nação.
Nascimentos no período entre janeiro a julho caíram 5.9% no ano somando 518.590, a queda mais acentuada em 30 anos, mostram dados preliminares do ministério da saúde. Isso marca o quarto ano consecutivo de declínio e uma diminuição mais abrupta do que a de 2% para os primeiros 7 meses de 2018.
O Japão está no ritmo de registrar menos de 900.000 nascimentos neste ano, após quebrar o patamar de 1 milhão em 2016.
A taxa de fertilidade – o número médio de crianças que uma mulher dar à luz – caiu em 2018 pelo 3º ano consecutivo para 1.42. O governo buscou aumentar esse número ao construir creches e encorajar trabalhadores a tirar licença maternidade e paternidade, com pouco sucesso.
Há 2 anos, o Instituto Nacional de Pesquisa Populacional e Segurança social projetou 912.000 nascimentos em 2019. O instituto não previu que o total do Japão pudesse cair para menos de 900.000 por outros dois anos.
Uma taxa de nascimento em declínio ameaça a sustentabilidade de programas de seguridade social como serviços de saúde, aposentadorias e cuidados de enfermagem, em que a população em idade ativa dá suporte aos idosos. Escassez de mão de obra está ocorrendo em alguns setores, desencorajando a potencial taxa de crescimento econômico do Japão.
A taxa de nascimentos do Japão entre mulheres na faixa dos 30 anos difere pouco do nível de 1.7 a 1.9 na França e na Suécia, mas o número é bem menor para japonesas na faixa dos 20. Aumentar esse número depende da criação de um ambiente que favoreça uma decisão para ter um filho.
Visto que funcionários a tempo integral no Japão tipicamente trabalham em uma única empresa até se aposentarem, tirar tempo livre para dar à luz ou criar filhos pode prejudicar suas carreiras.
Isso levou as mulheres a terem filhos mais tarde na vida, tornando difícil para elas terem um segundo filho se desejarem. Medidas para mudar isso poderiam incluir ter mais corporações que permitem aos homens participarem da criação dos filhos, cita o Asia Nikkei.
Fonte: Asia Nikkei