Um barco de pesca norte-coreano na praia após tempestade (ilustrativa/banco de imagens PM)
Dois pescadores norte-coreanos que são suspeitos de terem matado 16 membros da tripulação de uma embarcação antes de fugirem para a Coreia do Sul foram entregues para o Norte.
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Eles atravessaram a fronteira marítima no sábado (2) e foram detidos depois pelas autoridades no Sul.
Normalmente a Coreia do Sul garante asilo aos desertores, mas disse que nesse caso os dois homens representavam uma ameaça à segurança nacional.
Eles foram tratados como criminosos – ao contrário de desertores – e enviados de volta.
Após atravessarem a fronteira com sua embarcação de pesca de lula, levou dois dias para a marinha sul-coreana os capturar.
De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, citando autoridades, os dois confessaram que eles e um outro homem mataram o capitão no fim de outubro por causa de seu tratamento agressivo.
Eles então mataram outros membros da tripulação que protestaram, um por um. Os corpos foram jogados ao mar.
Os três suspeitos incialmente retornaram para o Norte – mas quando um deles foi capturado pela polícia local em um porto, os outros dois decidiram fugir em sua embarcação para o Sul.
O ministério da unificação em Seul disse ao BBC que “enquanto não podemos confiar na intenção deles de deserção” eles decidiram não permitir que os “criminosos” ficassem.
Os dois homens na faixa dos 20 anos foram entregues ao Norte na vila de fronteira de Panmunjom, na zona desmilitarizada, disse o ministério.
Essa é a primeira deportação do Sul de norte-coreanos através de Panmunjom. Não há acordo de extradição entre o Norte e o Sul.
Desertores na península coreana geralmente são cidadãos do Norte que tentam escapar para a democrática e mais rica Coreia do Sul.
Tais deserções são muito perigosas. Em alguns casos, soldados atravessaram a fronteira a pé, geralmente sob uma chuva de balas.
Houve 1.127 deserções do Norte para o Sul em 2017, de acordo com dados de Seul.
Os desertores normalmente são interrogados pelas autoridades de inteligência sul-coreanas e passam um tempo em uma instalação do governo para reeducação, antes de serem liberados para a sociedade.
A maioria dos norte-coreanos que foge fazem isso via China, que tem a fronteira mais longa com a Coreia do Norte.
A China considera os desertores como migrantes ilegais, ao contrário de refugiados, e geralmente os repatria à força.
Fonte: BBC