Carlos Ghosn (NHK)
Após a fuga inimaginável do réu Carlos Ghosn, 65, e muitas especulações a respeito disso, incluindo que foi articulada pela sua esposa Carole, o ex-executivo da Nissan e Renault declarou que irá falar para a imprensa na próxima quarta-feira (8).
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Através de seu assessor de imprensa, nos Estados Unidos, declarou que não fugiu da responsabilidade, mas “da injustiça e da perseguição política”. As autoridades japonesas souberam que fugiu através da imprensa internacional, no último dia do ano de 2019. Teria fugido dentro de uma caixa de instrumento musical, pelo KIX-Aeroporto Internacional de Kansai.
Não fugi da justiça, eu escapei da injustiça e da perseguição política
Em nota declarou “Eu estou agora no Líbano e não serei mais refém do manipulado sistema de justiça japonês, onde a culpa é presumida, a discriminação é desenfreada e os direitos humanos são negados, em flagrante desrespeito às obrigações legais do Japão sob o direito internacional e os tratados que deve obedecer. Eu não fugi da justiça, eu escapei da injustiça e da perseguição política. Eu posso agora finalmente me comunicar livremente com a imprensa e pretendo começar na semana que vem”.
O seu pronunciamento deverá ser de Beirute, onde se encontra. O clima é de expectativa já que o mundo quer saber como conseguiu fugir e espera-se que revele isso.
Sistema judicial de reféns
O “sistema judicial japonês de reféns” foi colocado em xeque pela imprensa internacional, já que nem o alto valor de fiança – 1,5 bilhão de ienes – não foi impedimento para a fuga. Tampouco as severas condições para a soltura, com uma espécie de prisão domiciliar.
Ainda não se sabe se ele será julgado no Japão, como ocorreria em abril deste ano, já que o Japão não tem acordo de extradição com o Líbano. Soube-se que o Ministério da Justiça do Líbano havia solicitado ao do Japão que Ghosn fosse entregue para ser julgado nesse país onde ele tem cidadania. Mas o pedido foi negado.
As autoridades japonesas ainda não se pronunciaram sobre como foi a fuga. Segundo a imprensa local estão verificando as câmeras de segurança do prédio onde residia.
Fontes: NNN, Asahi, NHK e Bloomberg