Comerciantes, agricultores e voluntários oferecem almoço de graça em Aichi

Com as escolas fechadas as crianças que ficam em casa têm um momento de alegria na hora do almoço, com comida quente, fornecida gratuitamente.

Espaço criado para as crianças de Sakae em Nagoia tem almoço e distribuição de almoço em Okazaki, ambos gratuitos (Tokai TV)

As escolas estão fechadas temporariamente em grande parte do país para evitar a propagação do vírus. Com isso elas ficam em casa e, muitas vezes, sozinhas. 

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Para dar uma mãozinha às mães que trabalham fora círculos de ajuda mútua são destaque em Aichi. 

O dono de um restaurante de yakiniku, o Seul, de Okazaki (Aichi), decidiu reunir forças para distribuição de almoço gratuito desde 9 deste mês. São duzentas unidades por dia, com 2 oniguiris e curry, tudo feito no local. 

Fornecedores colaboram, voluntários e funcionários também

Ao falar da sua intenção no começo do mês os seus fornecedores habituais entraram na roda da solidariedade. Um produtor de arroz doou um saco de 200 quilos, distribuidores de carnes doaram centenas de quilos, outros foram maçãs e mel, funcionários e voluntários se reuniram para o preparo e um local de banho público cedeu o espaço para distribuição.

Fila para ganhar máscaras e à dir. o dono do restaurante de yakiniku (Tokai TV)

Todos os dias crianças fazem fila para ganhar o almoço, acompanhado de máscaras que estavam no estoque do restaurante. Além de tudo isso ainda ganham sorrisos. 

O dono do estabelecimento diz que prosseguirá com essa distribuição até 19 porque quer dar uma força para as mães que trabalham, já que sempre recebeu apoio das famílias da comunidade local.

Das 9h até depois do meio-dia são 15 pessoas, entre funcionários e voluntários, envolvidos nesse trabalho de solidariedade. “Todos os dias recebemos alegria das crianças. Como representante desses sorrisos transmito aos fornecedores que colaboraram para que isso pudesse acontecer”, disse o dono do yakiniku.

Associação dos comerciantes de Nagoia 

“Com as escolas e creches fechadas temporariamente, nós do comércio decidimos tomar essa iniciativa”, disse o presidente da Associação dos Comerciantes de Sakae.

Crianças brincam no espaço criado nesse período sem aulas (Tokai TV)

Uma das salas vazias de um prédio foi preparada para atender cerca de 10 crianças pequenas por dia. Professoras do jardim de infância das proximidades vão para lá para ajudar a cuidar dos pequenos, inclusive para as tarefas.

Na hora do almoço é sempre uma surpresa para as crianças. Restaurantes locais oferecem um obento para cada uma, de graça. Além disso os pequenos têm um local para fazer novos amigos, brincar, estudar e fazer as lições de casa.

“Como somos prestigiados pelos clientes da área, esta é uma oportunidade para retribuir com alegria”, diz o presidente. 

Fonte: Tokai TV

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Desenvolvimento de tratamento para coronavírus está avançando no Japão com medicamentos existentes

Publicado em 18 de março de 2020, em Sociedade

Com o desenvolvimento, pesquisadores poderão ver os resultados de pesquisa clínica usando medicação existente no mais tardar no fim de abril.

Imagem ilustrativa/PM

O desenvolvimento de métodos para tratar a infecção causada pelo novo coronavírus está avançando no Japão, com pesquisadores podendo ver os resultados de pesquisa clínica usando medicação existente já no fim de abril.

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Medicamento para asma

Um medicamento que especialistas em um painel do governo manifestaram esperança é o ciclesonide (comercializado como Alvesco) um tipo de esteroide usado em inaladores no tratamento de asma.

Uma equipe médica que inclui membros do Hospital Ashigarakami da Província de Kanagawa administrou esse medicamento a 3 pacientes com coronavírus.

Um deles, uma mulher na faixa dos 70 anos, viu sua febre baixar após 2 dias, e seus sintomas de pneumonia melhoraram. Depois ela testou negativo para o vírus e recebeu alta do hospital após 8 dias.

Os outros 2 pacientes, um homem na faixa dos 70 e uma mulher na faixa dos 60, puderam ser retirados dos respiradores após receberem o medicamento. Atualmente cerca de 10 pessoas estão sendo tratadas com o ciclesonide.

O Instituto Nacional de Doenças Infecciosas – NIID reportou que o ciclesonide foi administrado a pacientes com Covid-19 após ser descoberto ter certo efeito no tratamento da Síndrome Respiratória do Oriente Médio – MERS, que é causada por um outro tipo de coronavírus. Dizem que o medicamento controla a inflamação e bloqueia a multiplicação do vírus.

Medicamento para ebola

Também sendo testado é o Remdesivir, que foi desenvolvido como tratamento para a doença do vírus ebola.

Desde 16 de março, ele vinha sendo administrado a 9 pacientes. O Centro Nacional para Saúde Global e Medicina está participando de ensaios clínicos internacionais em conjunto com os Estados Unidos e outros países para testar a eficácia desse medicamento.

O oficial do centro, Norio Omagari, disse que o medicamento havia sido usado somente em casos sérios em que pacientes estavam em respiradores artificiais ou em máquinas coração-pulmão, mas nenhum deles morreu.

Medicamento para malária

O hidroxicloroquina (Plaquenil), que foi desenvolvido para tratar malária, é um tipo de medicamento similar. Quando ele foi administrado a um paciente de coronavírus na faixa dos 60 anos que estava recebendo tratamento de diálise devido à diabetes, sua febre de 38 graus baixou após 3 dias, e seus sintomas de pneumonia também melhoraram. Espera-se que ele possa receber alta do hospital se testar negativo para o vírus.

Medicamentos para influenza e HIV

Mais um medicamento em foco é o Favipiravir (Avigan), que é usado para tratar novos tipos de influenza. O Japão tem um estoque de cerca de 2 milhões de pílulas de Avigan.

Pesquisa clínica usando o medicamento em pacientes do novo coronavírus com sintomas leves a moderados começaram em março.

O medicamento para tratar HIV Lopinavir/ritonavir (Kaletra) também está sendo testado, tendo sido administrado a 54 pacientes desde 1° de março.

Espera-se que ambos esses medicamentos sejam eficazes em impedir que o vírus se multiplique nos corpos dos pacientes. Entretanto, um indivíduo relacionado ao Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão ressaltou, “administramos o Avigan para 70 a 80 pessoas, mas ele não parece funcionar tão bem quando o vírus já se multiplicou. O mesmo acontece com o Kaletra”.

Além disso, cuidado é necessário quando mulheres que podem estar grávidas ou homem que estão tentando ter filhos com suas parceiras usam Avigan, já que ele pode subsequentemente causar deformidades nos fetos.

Nenhum desses medicamentos foi desenvolvido para uso em pacientes com o novo coronavírus, e aprovação do governo seria exigida para seu uso em escala integral em pacientes com Covid-19.

Uma pessoa próxima ao ministério da saúde comentou, “poderíamos ver resultados de ensaio clínico em abril, e ver aprovação no mais tardar em maio. Mas se os resultados de pesquisa forem demorados, a aprovação também será”.

Enquanto isso, Takaji Wakita, diretor do NIID, comentou, “enquanto reduzimos a propagação doméstica do vírus, veremos perspectivas para um medicamento em cerca de meio ano”.

Além de medicamentos para tratar a doença, há também esperanças para desenvolvimento de uma vacina que previna a infecção. Mas isso custa muito dinheiro, e pode levar muito tempo.

“Não importa o quão rápido você faça isso, vai levar 1 ano”, disse Ken Ishii, professor no Instituto de Ciência Médica na Universidade de Tóquio.

Kits para teste rápido

Nesse meio tempo, kits para teste rápido do novo coronavírus estão sendo desenvolvidos tanto no Japão quanto no exterior.

A fabricante de produtos têxteis e químicos Kurabo Institutes Ltd. começou a vender em 16 de março kits de teste desenvolvidos por uma firma chinesa os quais dizem serem capazes de detectar o vírus em 15 minutos, usando uma pequena amostra de sangue.

Teste na China mostraram que os kits são 100% precisos em pacientes sem o vírus, e entre 76% e 86% corretos quando usados em pacientes com o coronavírus, dependendo do kit.

Um kit que pode testar 10 amostras será vendido por 25 mil ienes, mas eles não são cobertos pelo seguro de saúde público, e serão vendidos principalmente para organizações de pesquisa e que realizam testes.

Separadamente, Akihide Ryo, professor de microbiologia na Escola de Medicina da Universidade da Cidade de Yokohama, desenvolveu um protótipo de kit o qual dizem ser capaz de detectar rapidamente o novo coronavírus, e ele teve sucesso quando testado em seis pacientes de Covid-19 em seu hospital.

A Kanto Chemical Co., uma companhia envolvida na pesquisa conjunta com a universidade, está preparada para produzir vários milhares de kits por mês.

Até agora, o Japão tem dependido de testes de reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real baseado em amostras das cavidades nasais e da garganta de pessoas, os quais requerem o uso de um laboratório de pesquisa e cujos resultados demoram cerca de 6 horas.

O Japão ainda não alcançou 2 mil testes por dia com esse método. Kits de teste, em comparação, aceleram o processo e podem ser produzidos em massa.

Lados negativos em métodos de teste

Entretanto, há lados negativos em qualquer método de teste. Com o método PCR, se o vírus não está prevalente na parte do corpo de onde a amostra é coletada, o resultado pode falsamente surgir como negativo, então dizem que a taxa de precisão se mantém em cerca de 70%.

Já com os kits de teste rápidos desenvolvidos pela Universidade da Cidade de Yokohama, por exemplo, é possível que o vírus não possa ser detectado dentro de 7 dias de ser infectado devido à falta de anticorpos.

Para reduzir as imprecisões nos resultados, houve pedidos em conformidade para que os testes sejam restritos àqueles que têm sintomas de pneumonia causados pelo coronavírus e outros sintomas suspeitos.

Ichiro Takeuchi, professor em medicina de emergência no Centro Médico da Universidade da Cidade de Yokohama, que está aceitando pacientes com coronavírus, salientou que médicos querem saber rapidamente se há alguma infecção ou não, visto que essa informação é útil quando tomar medidas para evitar a propagação do vírus. Mas os kits de teste não podem substituir integralmente os testes PCR, diz ele.

“Uma combinação apropriada de testes deveria ser realizada dependendo do tempo que se passou desde que alguém desenvolveu sintomas e outros fatores do tipo”, diz Takeuchi.

Fonte: Mainichi

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