Pesquisadores na Escola de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard alertaram que, na ausência de uma vacina ou tratamento eficaz para o coronavírus, medidas de distanciamento social prolongadas ou intermitentes podem ser necessárias até 2022.
Em um estudo publicado no jornal Science em 14 de abril, uma equipe de epidemiologistas em Harvard, nos EUA, avaliaram o que é sabido sobre a Covid-19 e outros coronavírus para antecipar possíveis cenários para a atual crise de saúde global.
De acordo com o estudo, medidas de distanciamento social, como fechamento de escolas, proibições de aglomerações e ordens para ficar em casa, podem ter que continuar em curso por pelo menos os próximos 2 anos.
Os pesquisadores disseram que é essencial descobrir se o coronavírus pode ser eliminado após sua onda inicial de pandemia, como o surto da SARS de 2003.
Se esse não for o caso, a equipe da Harvard diz que é provável que a Covid-10 reermeja todo inverno como outros coronavírus mais comuns.
“Mesmo no caso de aparente eliminação, a vigilância da SARS-CoV-2 (Covid-19) deveria ser mantida, visto que um ressurgimento no contágio poderia ser possível o mais tardar em 2024”, escreveram os pesquisadores no estudo.
Consequências profundamente negativas
A pandemia de coronavírus significa que países em todo o mundo tiveram que efetivamente paralisar, com governos impondo medidas severas sobre as vidas de bilhões de pessoas.
Medidas de confinamento foram implementadas em 187 países e territórios em um esforço para tentar reduzir a propagação do surto global.
Desde a quarta-feira (15), cerca de 2 milhões de pessoas haviam contraído a Covid-19 no mundo, com 127.590 mortes, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.
Alguns países europeus se moveram para sair cuidadosamente do lockdown após enfrentarem várias semanas de rigorosas restrições sociais e econômicas.
Os EUA, o epicentro global do surto de coronavírus, sinalizaram 1º de maio como data em potencial para relaxamento das medidas restritivas.
Pesquisadores na Harvard disseram que eles tinham consciência de que distanciamento prolongado, mesmo se intermitente, provavelmente teria “consequências econômicas, sociais e educacionais profundamente negativas”.
Eles enfatizaram que sua meta em modelar tais diretrizes não era para apoiá-las, mas sim incitar ideias inovadoras e expandir a lista de opções para ter a pandemia sob controle por longo período.
O estudo continuou, dizendo que é importante compreender se as pessoas podem se tornar imunes ao coronavírus após serem infectadas, citando que isso ainda é desconhecido.
A Organização Mundial da Saúde – OMS disse que evidências de vários países em todo o mundo estavam oferecendo a eles uma “imagem mais clara sobre esse vírus, como ele se comporta, como detê-lo e como tratá-lo”.
“Por fim, o desenvolvimento e entrega de uma vacina segura e eficaz serão necessários para interromper integralmente a transmissão”, alertou o chefe da OMS Tedros Adhanom Gebreyesus.
Fonte: CNBC