Missouri, nos EUA, está processando o governo chinês e outras grandes instituições principais pelo papel que eles representaram na pandemia de coronavírus e os efeitos que ele teve no estado, acusando o país de encobrir informação, silenciar delatores e fazer pouco para impedir a propagação da doença, anunciou o procurador-geral Eric Schmitt na terça-feira (21).
Houve a confirmação de pelo menos 6.105 infectados com a Covid-19 no Missouri e 229 mortes, de acordo com números da Universidade Johns Hopkins.
Schmitt, em seu papel oficial como procurador-geral de Missouri, moveu a ação civil na corte federal no distrito do leste de Missouri.
O processo, o primeiro do tipo, afirma que “autoridades chinesas enganaram o público, suprimiram informações cruciais, prenderam delatores, negaram transmissão de pessoa para pessoa face à crescente evidência, destruíram pesquisa médica fundamental, permitiram milhões de pessoas ficarem expostas ao vírus e até ‘esconderam’ equipamento de proteção pessoal – portanto, causando uma pandemia global que foi desnecessária e evitável”.
Especialistas disseram que o processo enfrenta uma batalha ascendente porque a China é protegida pela imunidade soberana. A rede CNN entrou em contato com o governo chinês para comentários.
O processo de Missouri alega que enquanto a comunidade médica chinesa tinha indicações de transmissões do vírus entre humanos, elas não informaram à Organização Mundial da Saúde quando eles reportaram o surto pela primeira vez.
Ele também alega que líderes chineses fizeram pouco para reduzir a propagação do vírus, permitindo ainda que milhares de pessoas viajassem de e para Wuhan.
“Em meados de janeiro, em ou por volta de 16, apesar de saber dos riscos de fazer isso, líderes de Wuhan organizaram um jantar para 40 mil residentes, aumentando a propagação em potencial do vírus”, diz.
O processo também sublinha como oficiais inicialmente repreenderam profissionais da saúde que postaram informação sobre o vírus, incluindo o Dr. Li Wenliang, que foi acusado pela polícia de Wuhan de causar alarme com rumores após compartilhar informação sobre uma nova doença com o grupo de ex-alunos de sua escola médica. Wenliang morreu em decorrência do cornavírus.
O estado também alega que a China escondeu equipamento de proteção pessoal enquanto encobria o surto e que as pequenas quantidades que eles liberaram eram “defeituosas”.
Essas, dentre outras ações tomadas por oficiais chineses, tiveram um dano massivo sobre a vida humana e saúde e levou a “enormes” interrupções econômicas em todo o mundo, de acordo com o processo.
Fonte: CNN