Toshiko Fukui, presidente da Associação dos Enfermeiros do Japão, realizou uma coletiva de imprensa em Tóquio, na quarta-feira (22), para explicar a situação dessa categoria na atual situação de aumento da infecção pelo novo coronavírus.
Segundo os dados levantados, até 20 deste mês, são 783 enfermeiros com infecção, de 54 instituições hospitalares de 19 províncias. Por falta de máscaras e outros equipamentos de proteção, como vestimenta apropriada não podem tomar medidas suficientes para o controle da infecção, explicou.
Só em Tóquio são 375 enfermeiros contagiados, de 8 instituições. Mas esse problema ocorre também em Hokkaido, Hyogo, Fukuoka e outras.
Enfermeiros exaustos e ainda sofrem preconceito
A presidente denuncia a situação que vive a categoria. Sem roupas de proteção usam sacos de lixo de 75 litros, além da escassez de máscaras e álcool, tanto nos hospitais quanto em casas de repouso.
Além disso, ouve frequentemente “estou ansioso com a minha própria infecção e de infectar a minha família, isso é mentalmente dolorido”, “estou grávida e minha família me diz para não ir trabalhar”, entre outras. Ela conta que não são poucos os enfermeiros que passam a noite dentro do carro ou pagam hotel do seu bolso para não voltar para casa com medo de infectar os familiares.
Por isso, a associação vem pedindo ao governo para bancar as despesas de quem precisa se hospedar no hotel e também do teste PCR para que se tranquilizem.
Em relação à escassez de materiais disse que as equipes se esforçam para encontrar alternativas, mas sem visibilidade para solução, estão chegando à exaustão.
Além de tudo isso, os filhos e familiares de médicos e enfermeiros ainda enfrentam o preconceito como recusa na instituição escolar ou até de usar táxi.
Fonte: Mainichi