Não ao corte do trabalho dos estrangeiros: manifestação de 1.º de maio

Por causa da disseminação do coronavírus a manifestação do Dia do Trabalhador será virtual, organizada pela federação dos sindicatos.

Pôster do 1.º de maio virtual (Tozen)

Os cortes ou suspensões dos contratos dos trabalhadores estrangeiros no Japão continuam, segundo a federação dos sindicatos Zenkoku Ippan Tokyo General Union ou Tozen Union.

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A Tozen instalou uma linha chamada de Corona Hot Line para atender os trabalhadores, desde o final de fevereiro. Segundo ela já recebeu mais de 2 mil consultas sobre demissões ou não renovação do contrato de trabalho em consequência do coronavírus. 

Os problemas mais comuns são ordem para ficar em casa, mas não está recebendo salário, o contrato vence no final do mês, entretanto não sabe se será renovado, sem trabalho e sem poupança não consegue viver, entre outros.

A crise desencadeada pela pandemia foi chamada pela Tozen de コロナ切り, lê-se coronagiri, ou corte do corona, na tradução livre.

1.º de maio virtual 

Como a aglomeração aumenta o risco de contágio a manifestação para o Dia do Trabalho em 1.º de maio será feita em ambiente online, usando o app Zoom, com transmissão pelo canal YouTube, a partir das 14 horas.

Terá convidados especiais nesse encontro virtual para discutir problemas relacionados aos trabalhadores em geral, incluindo os estrangeiros. Quer compartilhar com os de outros países as dores causadas a milhares de trabalhadores em todo o mundo.

No Japão são 1,66 milhão de trabalhadores estrangeiros, de diversos países, com dados de outubro do ano passado. Estima-se que 29% tenham sido afetados pelas paralisações nas empresas e indústrias por causa do coronavírus.

Essa transmissão tem o objetivo de dizer para os participantes que não estão sós neste momento.

O número da Corona Hot Line é 050-5532-4405, das 12h às 20h. O canal do YouTube é https://www.youtube.com/user/GeneralUnionNews.

Fontes: Tozen e Nishi Nippon

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Coronavírus é detectado no ar em hospitais de Wuhan, mostra estudo

Publicado em 30 de abril de 2020, em Ásia

Entretanto, continua incerto se o vírus nas amostras coletadas estava infeccioso.

Homem usando máscara (PM)

Somando à evidência crescente de que o novo coronavírus pode se espalhar pelo ar, cientistas identificaram marcadores genéticos do vírus em partículas suspensas no ar, muitas com diâmetros menores do que um décimo de milésimo de uma polegada.

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Isso havia sido demonstrado anteriormente em experimentos de laboratório, mas agora cientistas chineses que estudam condições do mundo real relatam que eles capturaram do ar minúsculas partículas contendo marcadores genéticos do vírus em dois hospitais em Wuhan, na China, onde o surto começou.

Suas descobertas foram publicadas na segunda-feira (27) no jornal Nature.

Continua incerto se o vírus nas amostras que eles coletaram era infeccioso, mas partículas tão pequenas, as quais são expelidas pela respiração e ao conversar, podem ficar suspensas no ar e serem inaladas por outros.

“Essas vão ficar suspensas no ar flutuando por pelo menos 2 horas”, disse Linsey Marr, professora de engenharia civil e ambiental na Virginia Tech que não estava envolvida com o jornal Nature.

“Ela sugere fortemente que há potencial para transmissão pelo ar”.

Marr e muitos outros cientistas dizem que evidência está crescendo de que o coronavírus está sendo espalhado por partículas minúsculas conhecidas como aerossóis.

A Organização Mundial da Saúde – OMS até agora minimizou a possibilidade, dizendo que a doença é em sua maioria transmitida por partículas maiores que não permanecem no ar por muito tempo, ou através do toque em superfícies contaminadas.

Mesmo com as novas descobertas, a questão não está estabelecida. Embora o RNA do coronavírus – o modelo genético do vírus – estivesse presente nos aerossóis, cientistas não sabem ainda se o vírus continua infeccioso ou se os testes somente detectaram fragmentos inofensivos dele.

“A peça que falta é a replicação viral viável”, disse o Dr. Harvey V. Fineberg, que lidera o Comitê Permanente sobre Doenças Infecciosas Emergentes e Ameaças de Saúde do Século 21 nas Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina.

Em fevereiro e março, cientistas coletaram amostras no Hospital Renmin da Universidade de Wuhan e em uma instalação médica provisória usada para quarentena e tratamento de pacientes com sintomas leves. Eles também coletaram amostras no ar em áreas públicas em torno de Wuhan, incluindo um prédio residencial, um supermercado e duas lojas de departamento.

Vírus muito pequeno foi detectado no ar nas alas de isolamento ou nos quartos de pacientes do hospital, os quais eram bem ventilados. Mas concentrações elevadas foram medidas nas pequenas áreas dos banheiros, as quais não eram bem ventiladas.

“De certa forma isso enfatiza a importância de evitar espaços pequenos confinados”, disse Marr.

Os pesquisadores também detectaram vírus no ar nos locais onde profissionais da saúde tiraram suas vestimentas de proteção, sugerindo que vírus que haviam se colonizado nas roupas poderiam ser jogados de volta no ar. Essas leituras foram reduzidas grandemente após os hospitais terem implementado procedimentos de limpeza mais rigorosos.

Os dados de Wuhan repetem as descobertas no Centro Médico da Universidade do Nebraska, onde outros pesquisadores também encontraram RNA de coronavírus no ar, assim como em superfícies nos quartos.

A pesquisa, ainda no processo de ser revista por outros cientistas antes de publicação em um jornal, não determinou o tamanho das partículas. Mas a presença de RNA do vírus em locais fora do caminho, como debaixo da cama ou nos parapeitos de janelas, também sugeriu que pequenas partículas foram levadas em torno do quartos por correntes de ar.

Em sua pesquisa, cientistas do Nebraska detectaram a presença de RNA de coronavírus, mas não se os vírus ainda estavam infecciosos. Em experimentos adicionais, os cientistas estão tentando criar o vírus em culturas para determinar se eles são capazes de adoecer as pessoas.

Na pesquisa de Wuhan, nenhum vírus foi detectado na maioria dos lugares públicos que eles estudaram, incluindo prédios residenciais e supermercado, embora alguns níveis terem sido detectados em áreas aglomeradas fora de um dos hospitais e nas lojas de departamento.

Marr disse que ela calculou que levaria cerca de 15 minutos para uma pessoa respirar uma partícula do vírus.

“Foi interessante ver que havia quantidades mensuráveis”, disse ela. “Acredito que isso soma boa evidências para evitar aglomerações”.

A pesquisa não estabeleceu se as pessoas que passavam por essas áreas estavam usando máscaras, as quais poderiam bloquear muito o vírus que uma pessoa doente exala.

Fonte: Straits Times

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