Aliança entre Renault e Nissan já dura duas décadas (PM)
A indústria de carros europeia foi colocada em alerta para mais perdas de empregos na sexta-feira (22), visto que o ministro francês alertou que a Renault poderia desaparecer se não recebesse ajuda logo e a divulgação de uma notícia no Japão de que a parceira Nissan estava considerando 20 mil cortes de empregos, com muitos na Europa.
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A Renault e a Nissan estão em uma aliança na fabricação de carros nas últimas duas décadas e devem anunciar uma atualização de estratégia na quarta-feira (27).
O plano foi originalmente anunciado como um reinício em suas relações, que foram afetadas pela prisão em novembro de 2018 do arquiteto e chefe de longo tempo da aliança, Carlos Ghosn, sob acusações de má conduta financeira, a qual ele nega.
Entretanto, a atualização tomou grande significância, visto que a pandemia de coronavírus afetou a demanda por veículos e causou caos na produção.
O ministro das finanças francês Bruno Le Maire, que está considerando um empréstimo de 5 bilhões de euros para a Renault a fim de ajudá-la a enfrentar a crise, alertou na sexta-feira que o futuro da companhia estava em jogo.
“Sim, a Renault poderia desaparecer”, disse ele à rádio Europe 1.
Le Maire disse que a planta francesa da Renault não dever fechar e que a companhia deveria conseguir manter o maior número possível de empregos na França, mas também disse que ela precisava se adaptar e ser competitiva.
A Renault se negou a comentar sobre as observações de Le Maire.
A fábrica de Flins, no noroeste de Paris, é onde a Renault fabrica seus modelos elétricos Zoe e o Micra para a Nissan. Ela empregava cerca de 2.640 pessoas no fim de 2018, de acordo com o site da Renault.
A companhia tem 40 plantas e 13 locais de logística em 16 países.
Redução
A agência de notícias Kyodo, enquanto isso, disse que a Nissan pode cortar 20 mil empregos em sua força de trabalho global, principalmente na Europa e em países em desenvolvimento.
Duas pessoas com conhecimento do assunto disseram à Reuters que o número de cortes ainda não havia sido finalizado.
A Nissan se negou a fazer comentários.
A fabricante de veículos japonesa disse em julho do ano passado que cortaria 12,5 mil empregos, cerca de 10% de sua forte força de trabalho de 140 mil. Se ela aumentar isso para 20 mil, provavelmente corresponderia ao número de empregos que ela cortou durante a crise financeira global de 2009.
Fontes familiares ao assunto disseram à Reuters no início de maio que a gestão da Nissan havia se convencido de que precisava ser bem menor e provavelmente cortaria 1 milhão de carros de sua meta de vendas anual, enquanto via um papel maior nos EUA e China no comércio de veículos.
As fontes também disseram que a Nissan planeja reduzir seus negócios europeus para focar em veículos esportes utilitários e comerciais, incluindo possivelmente fechar uma planta na Espanha, a qual emprega cerca de 3 mil pessoas.
Até agora, a maioria das dispensas durante a crise do coronavírus tem sido temporárias, entretanto, com as companhias tomando vantagem de esquemas de licenças apoiadas pelo governo.
Fonte: Agência Reuters