A Coreia do Sul exigirá que a UNESCO remova locais históricos relacionados à revolução industrial japonesa de sua lista de locais de Patrimônio Mundial, divulgou a mídia coreana no fim de domingo (21).
O governo sul-coreano criticou uma exibição de Tóquio apresentando os locais japoneses, dizendo que ela falha em mostrar que os coreanos foram forçados a trabalhar em alguns dos lugares durante a 2ª Guerra Mundial, apesar da promessa do governo japonês de tornar o fato claro.
O Ministério da Cultura, Esportes e Turismo enviará uma carta à agência das Nações Unidas até o fim deste mês para apresentar a exigência, disse a agência de notícias Yonhap, citando Jeon Yong Gi, legislador do dominante Partido Democrático da Coreia.
A Coreia do Sul argumenta que a exibição inclui conteúdos sobre a ilha de Hashima que “contradiz diretamente” o comprometimento do Japão em demonstrar que houve “um grande número de coreanos e outros que foram trazidos contra suas vontades e forçados a trabalhar sob duras condições”.
O Ministério de Relações Exteriores também disse em uma declaração de 15 de junho que os conteúdos da exibição “distorcem completamente fatos históricos”.
Após uma cerimônia de abertura no fim de março, o centro de informação sobre os “Locais da Revolução industrial de Meiji” foi finalmente aberto ao público na semana passada após um atraso por causa da pandemia de coronavírus.
Embora a exibição nos locais inclua descrições do trabalho coreano, ela incorpora testemunhos de coreanos de segunda geração que vivem no Japão afirmando que não houve tratamento discriminatório de trabalhadores coreanos.
Na declaração de junho, um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores Coreano disse que era “profundamente preocupante e decepcionante” ver que nenhum esforço foi feito para homenagear as vítimas que foram forçadas a trabalhar, apesar da promessa de Tóquio de estabilizar o centro de informação como maneira de lembrá-los.
O principal porta-voz do governo do Japão, Yoshihide Suga, disse que Tóquio não recebeu nenhuma notificação da Coreia do Sul, mas que continuará a lidar com o assunto “apropriadamente”.
“Temos realizado ações, incluindo o que prometemos, enquanto levamos a resolução e recomendações do Comitê de Patrimônio Mundial de forma séria”, disse Suga em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (22).
O Comitê de Patrimônio Mundial havia pedido diálogo com a Coreia do Sul durante seu processo de revisão para endereçar a afirmação em relação à questão de trabalho em tempo e guerra.
A Mina de Carvão de Hashima em Nagasaki é um dos 23 locais abrangendo 8 províncias que foram adicionados à lista de Patrimônio Cultural Mundial em 2015 sob os “Locais da Revolução Industrial Meiji do Japão: Ferro e Aço, Construção Naval e Mineração de Carvão”.
Fonte: Mainichi