O governo japonês reagiu irritadamente nesta terça-feira (28) por causa de uma estátua na Coreia do Sul que parece representar o primeiro-ministro Shinzo Abe de joelhos e se curvando para uma “mulher de conforto”, um eufemismo para mulheres forçadas à prostituição nos bordéis militares japoneses no tempo de guerra.
O secretário-chefe do gabinete Yoshihide Suga disse que se relatos da estátua em exibição em um jardim botânico rural forem verdade, isso seria um “imperdoável” incumprimento do protocolo internacional.
“Se os relatos forem precisos, então haveria um impacto decisivo nas relações entre o Japão e a Coreia “, disse Suga em uma coletiva de imprensa em Tóquio.
A questão das mulheres de conforto, a maioria coreanas forçadas a trabalhar em bordéis japoneses antes e durante a 2ª Guerra Mundial, e se as vítimas sobreviventes foram adequadamente indenizadas, tem sido um espinho nas relações entre os dois países.
O Japão considera o assunto “finalmente e irreversivelmente resolvido” por um acordo de 2015 alcançado por Abe e a então presidente Park Geun-hye sob o qual o premier japonês pediu desculpas e prometeu um fundo para dar suporte às sobreviventes.
Entretanto, o atual governo sul-coreano do presidente Moon Jae-in declarou o acordo de 2015 falho, anulando-o efetivamente.
De acordo com reportagens sul-coreanas, a estátua foi encomendada por um jardim botânico particular, localizado no condado rural de Pyeonchang, e representava uma figura masculina que lembrava Abe de joelhos e fazendo reverência a uma imagem de uma jovem garota sentada.
Estátuas similares de garotas também foram instaladas em frente à embaixada japonesa em Seul e em outros lugares para honrar as mulheres.
O site do jardim, que exibe flores silvestres coreanas indígenas, nomeia a estátua “Redenção Eterna”.
Ativistas sul-coreanos dizem que pode ter havido cerca de 200 mil vítimas coreanas, somente poucas das quais falaram sobre o abuso que elas suportaram nas mãos das forças japonesas.
As relações se agravaram no ano passado quando o Japão impôs restrições sobre exportações de materiais importantes de alta tecnologia para a Coreia do Sul, após uma decisão de um tribunal superior no país ter ordenado firmas japonesas a pagarem indenização a coreanos forçados a trabalharem para elas durante a guerra.
Fonte: US News