O número de nascimentos no Japão e nos EUA deve cair no próximo ano, visto que o dano econômico em decorrência do novo coronavírus leva jovens a pensarem duas vezes antes de casar e ter filhos.
No Japão, que viu sua população diminuir pelo 11º ano consecutivo em 2019, os nascimentos cairão 10% em 2021, prevê Hideo Kumano no Instituto de Pesquisa Dai-ichi. Houve 860 mil nascimentos no ano passado, ficando abaixo dos 900 mil pela primeira vez desde o início da contagem dos dados.
Para o Japão e a Coreia do Sul – duas economias asiáticas que já enfrentam mudanças demográficas dolorosas – a pandemia soma um novo obstáculo aos esforços de legisladores para encorajar criação familiar.
Mesmo antes da Covid-19, os piores temores do envelhecimento da Ásia estavam começando a se tornar realidade.
Mas os declínios não estão limitados à Àsia. O número de bebês nascidos nos EUA poderia diminuir em 300 mil para 500 mil no próximo ano comparado a 2020, de acordo com uma pesquisa pelo Instituto Bookings. Isso equivaleria a uma queda de cerca de 10% no número médio de 3,7 milhões de nascimentos anuais do país.
A história mostra que nascimentos diminuíram durante crises econômicas.
A queda econômica após a crise financeira global de 2008 foi um fator por trás da queda de cerca de 400 mil nascimentos nos EUA, de acordo com o Instituto Bookings.
Jovens foram duramente afetados, visto que preocupações com o trabalho e salário se espalharam pelo mundo.
Dentre aqueles com idades entre 18 a 29 anos nomundo, 17,1% disseram que eles não trabalham desde o surgimento da pandemia, revelou uma pesquisa online da Orgianização Internacional do Trabalho. Mesmo aqueles que continuaram no mercado de trabalho, as horas encolheram 23%, levando a salários menores.
Um estudo feito pela Universidade de Washington projetou que a população mundial atingirá o pico a 9,7 bilhões nos anos 2060 e então caíra para cerca de 8,8 bilhões no fim do século.
A pandemia poderia acelerar esse declínio.
Fonte: Asia Nikkei