Drama dos pacientes com Covid-19 recusados pelos hospitais

São aqueles que estão se tratando em casa e o quadro piora repentinamente. Mesmo de ambulância não encontram hospital e vem ocorrendo mortes.

Médica atendendo paciente com Covid-19 (Wikimedia)

Segundo a informação do Corpo de Bombeiros de Ichikawa (Chiba), de terça-feira (24), um paciente de 62 anos foi encontrado desmaiado por uma pessoa da família, em sua casa, por volta das 21h45 de 18 deste mês e foi pedida uma ambulância.

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Os paramédicos, enquanto procuravam um hospital para interná-lo, iam informando sobre o estado febril, de 38,9 graus. No entanto, foi sendo recusado continuamente em mais de 30 hospitais.

À 1h09 de 19, finalmente uma instituição hospitalar o aceitou, mas a 50km de distância do local onde estava. Mas, foi dado como morto quando chegou. O homem teria tido uma hemorragia cerebral e não foi confirmado se ele estava com Covid-19.

Em Yokkaichi (Mie), um homem na faixa dos 50 anos, com Covid-19 e em tratamento domiciliar, morreu na terça-feira (24). Ele testou positivo no dia 22 e estava aguardando o ajuste para internação, mas seu estado piorou repentinamente. Uma pessoa da família o encontrou inconsciente em casa e depois a morte foi confirmada. Segundo a informação, não tinha comorbidades.

60% dos pacientes não encontram hospital 

Imagem ilustrativa de ambulância de Tóquio (Flickr)

Estes não são casos isolados, pois vêm ocorrendo em todo país.

Verificou-se que cerca de 60% dos pacientes com tratamento em casa, de Tóquio, que solicitaram transporte de emergência devido ao agravamento dos sintomas da Covid-19 não foram internados porque não conseguiram encontrar um hospital para aceitá-los.

Até 19 deste mês, só na capital do país, continua a aumentar e deve passar dos 30 mil em tratamento domiciliar ou aguardando um ajuste para hospitalização. 

Quando a pneumonia piora, a hospitalização é necessária. A situação está se tornando mais grave quando esses pacientes apresentam piora do quadro mas não conseguem um hospital que os aceite. Em apenas uma semana, de 2 a 8 de agosto, foram mais de 959 pedidos de socorro de pessoas testadas positivo, que não encontraram um hospital, ou seja 60% dos casos.

Mesmo aqueles que tiveram a sorte de encontrar um hospital, 52 casos, tiveram que esperar mais de 5 horas depois da chamada de emergência até a chegada no destino.

Aumento de pacientes moderados e graves

O médico Motonao Ishikawa deu uma entrevista para a ANN, na terça-feira. Ele atende pacientes com Covid-19 em uma clínica em Tóquio. “Não se consegue internação em 1 dia. Leva 2 a 3 dias, mesmo com necessidade”, relata.

“São pacientes com febre alta, tosse e não conseguem dormir porque estão sofrendo. São observados à distância pelo oxímetro enviado pelo correio, por um enfermeiro do Centro de Saúde. É uma situação muito difícil”, lamenta.

Para garantir leitos para pacientes criticamente enfermos, o governo mudou sua política com base no atendimento domiciliar, exceto para aqueles de alto risco. Embora tenha sido uma medida meticulosa, o número de pessoas infectadas aumentou de forma explosiva e o dr. Ishikawa sente que foi criado um ciclo vicioso causado pelos atrasos no tratamento inicial.

“Os pacientes não ficam moderados ou graves desde o início. Todo mundo começa com sintomas leves. Evitaria que pessoas com sintomas leves ficassem em estado grave se recebessem tratamento adequado.  Deve haver alguns casos, mas isso não acontece agora. Como resultado, tenho a impressão de que o número de casos moderados e graves está aumentando”. 

Governo toma medidas

Em resposta ao número crescente de pessoas que recebem cuidados domiciliares que precisam de hospitalização ou tratamento, mas não têm um lugar para aceitá-los, o Ministro Tamura, da Saúde, Trabalho e Bem-Estar decidiu solicitar a cada província a construção de instalações médicas temporárias usando ginásios e casas pré-fabricadas, ou seja, os chamados hospitais de campanha.

Até o dia 19, havia quase 100 mil pacientes em tratamento domiciliar, o que já deve ter aumentado significativamente. Até essa data, 13 hospitais de campanha foram abertos em 10 províncias, para atendimento dos pacientes que necessitam de internação.

Fontes: Yomiuri, ANN, Mie TV e JNN

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