O governo japonês deverá permitir que os trabalhadores estrangeiros em indústrias com escassez de mão-de-obra renovem seus status de habilidades específicas número 2 (特定技能2号, lê-se tokutei gino nigo) quantas vezes quiserem. Embora o público-alvo seja limitado, a ampliação das condições de residência permanente poderá mudar a política de imigração.
No entanto, há uma reação de alguns dos partidos no governo e há a preocupação de que a expansão da aceitação de trabalhadores estrangeiros prejudique o aumento salarial que o primeiro-ministro Fumio Kishida almeja.
Em alguns países europeus, o influxo de imigrantes pesou sobre a gestão do Estado e ampliou a divisão da sociedade, por isso é incerto se o governo resolverá a questão conforme previsto.
O secretário-chefe de gabinete, Hirokazu Matsuno, declarou em uma entrevista coletiva na sexta-feira (26): “Não temos planos de aceitar estrangeiros e famílias de um certo tamanho, sem estabelecer um prazo de permanência”. Ele enfatizou que não há mudança na política do governo, portanto, “não mudaremos a chamada política de imigração”, declarou.
Abe fez a revisão da lei de imigração
Esse status de habilidades específicas número 2 foi o resultado da revisão da Lei de Controle de Imigração, promulgada em 2018, no governo Shinzo Abe.
No início Abe foi cauteloso em consideração à oposição dos conservadores, mas com a forte persuasão do então secretário-chefe de gabinete Yoshihide Suga, familiarizado com a situação das indústrias, ele se moveu em direção à aceitação. Na ocasião, Abe explicou que “é necessário que excelentes recursos humanos estrangeiros desempenhem um papel ativo no Japão” e evitou críticas à política de imigração.
Quais os setores que necessitam de mão de obra estrangeira
O visto de habilidades específicas número 2 poderá ser de no máximo 10 anos, e o de número 1 que tem prazo máximo de 5 anos. Em ambos os casos, passado esse tempo o estrangeiro poderá requerer o visto permanente, se houver mudança na lei conforme está previsto.
Atualmente são 12 setores que podem usufruir de trabalhadores com esse visto, principalmente nas indústrias da construção civil, naval e marítima, além dos cuidados de idosos. Com a mudança, serão 14 segmentos, incluindo agricultura, fabricação de maquinário industrial, restaurantes e bares, e hospedagem.
Partido do poder é contra a ampliação
O primeiro-ministro Fumio Kishida será forçado a decidir se implementa ou não as políticas promovidas pelos governos de Abe e Suga.
No entanto, o PLD-Partido Liberal Democrata, do poder, tem uma opinião negativa profundamente enraizada sobre a expansão do escopo. Alguns membros da Câmara dos Conselheiros estão dispostos a levar em consideração os grupos da indústria que receberão apoio antes da eleição no próximo verão.
Fontes: Sankei e Shizuoka Shimbun