O Japão negará certas isenções fiscais a grandes empresas que não subirem os salários e as aumentará para aquelas que o fazem, como parte de esforços para melhorar os pagamentos no país, mostrou na quarta-feira (8) um esboço final do projeto de reforma fiscal anual do partido dominante.
A abordagem revela o foco do primeiro- ministro Fumio Kishida em distribuir recursos às famílias, incluindo encorajar as empresas cujos lucros voltaram aos níveis pré-pandemia a aumentarem os pagamentos em 3% ou mais.
Empresas de grande porte que aumentarem os salários em 4% comparado ao ano anterior terão isenções de até 30% de lucros tributáveis, alta do máximo de 20% atualmente, de acordo com o plano para o próximo ano fiscal. Companhias de pequeno porte que subirem os salários em 2,5% se qualificarão para uma dedução fiscal de até 40% do máximo atual de 25%.
“A mais recente medida mostra que o governo não tem escolha além de intervir nos salários do setor privado para alimentar um ciclo positivo de amplos aumentos salariais e inflação sustentável a longo termo”, disse Yoshimasa Maruyama, economista-chefe de mercado na SMBC Nikko Securities.
Desde que assumiu o poder no fim de 2012, o Partido Liberal Democrático liderado pelo governo coloca pressão sobre cautelosas empresas japonesas para gastarem seus montantes de dinheiro recordes para aumentar os salários. Contudo, muitas delas resistiram dadas as incertezas econômicas.
Empresas que não aumentarem os salários não poderão reclamar deduções fiscais para gastos em áreas como pesquisa e desenvolvimento, promoção de investimento, 5G, transformação digital e neutralidade de carbono.
Dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mostram que salários no Japão se mantêm amplamente uniformes pelos últimos 30 anos, fazendo com que o país sofra “décadas perdidas” e deflação opressiva.
A versão completa do plano de reforma fiscal deve ser aprovado pelos partidos na sexta-feira (10).
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