Um fator genético ligado aos glóbulos brancos encontrados em mais da metade dos japoneses pode ajudar o corpo a lutar contra a Covid-19, ativando células imunes que reconhecem vírus da gripe sazonais, de acordo com um estudo do instituto de pesquisa Riken do Japão.
A pesquisa, publicada online no jornal britânico Communications Biology, faz parte de um esforço para se aprofundar no que parecem ser taxas relativamente baixas de morte e doença grave em decorrência da Covid-19 no Japão.
O estudo se centra em células T “matadoras”, parte da resposta imune quando um vírus invade o corpo. Essas células buscam e destroem aquelas infectadas por vírus, identificando-as através de peptídeos, ou fragmentos de proteínas de vírus específicos.
A equipe do Riken analisou um tipo de antígeno leucocitário humano chamado HLA-A24. HLAs, proteínas localizadas na superfície dos glóbulos brancos, representam um papel importante no mecanismo de defesa do corpo que ativa as células T.
A HLA-A24 é encontrada em cerca de 60% de pessoas de etnia japonesa. Quando um peptídeo chamado QYI derivado da proteína spike do vírus SARS-CoV-2 foi introduzido em amostras de sangue de doadores com HLA-A24, as células T matadoras nas amostras responderam ao se multiplicarem.
Enquanto a HLA-A24 seja comum em alguns grupos asiáticos, ela é mais escassa no Ocidente, geralmente aparecendo em cerca de 10 a 20 por cento das populações americanas e europeias.
“Isso pode ser considerado um fator X”, disse Shin-ichiro Fujii, líder da pesquisa no laboratório de imunoterapia do RIKEN, que estava envolvido no estudo.
Mas esse teste examinou apenas células particulares e mais pesquisas sobre como os sistemas imunes das pessoas com HLA-A24 respondem quando infectadas pela SARS-CoV-2 ainda são necessárias.
Fonte: Asia Nikkei