Em 2014, um camaronês, 43, que estava detido no Centro de Imigração Higashi-Nihon na cidade de Ushiku (Ibaraki), queixou-se de problemas de saúde mas não recebeu a devida atenção e foi encontrado morto no dia seguinte.
A família enlutada entrou com um processo contra o país em outubro de 2017 solicitando uma compensação no valor de 10 milhões de ienes e só agora o julgamento chegou ao fim.
O juiz do Tribunal Distrital de Mito (Ibaraki) ordenou ao governo o pagamento de 1,65 milhão de ienes de indenização na sexta-feira (16). “Na noite anterior à sua morte, o homem mostrou um olhar angustiado e gritou repetidamente que estava morrendo. Deveria ter sido providenciada uma ambulância”, disse o juiz.
“Reconhece-se que houve negligência em não solicitar uma ambulância até que foi encontrado com parada cardiorrespiratória na manhã seguinte”, emendou.
“A extensão da violação do dever de cuidado pela equipe não pode ser considerada leve”, ressaltou o magistrado.
No entanto, o juiz não reconheceu a relação causal entre a morte e o fato de não ter sido socorrido imediatamente. Disse que havia a possibilidade de que sua vida pudesse ser estendida se o camaronês tivesse sido transportado de ambulância e recebesse tratamento em uma instituição médica.
O homem de nacionalidade camaronesa chegou em Narita em outubro de 2013. Mas, não conseguiu obter permissão de entrada e ficou detido na unidade de Imigração do aeroporto e um mês depois foi transferido para a de Ushiku. O camaronês tinha diabetes e vinha se queixando desde o dia 27. Na madrugada do dia 29 de março de 2014, reclamou de dores no peito e insônia aos funcionários. Ignorado, morreu na manhã seguinte.
Fontes: NHK, Asahi e Mainichi