Disciplina, obediência e colaboração são valores geralmente associados ao sistema educacional japonês. Entretanto, muito além do rigor empregado nas instituições de ensino, é o desempenho escolar dos jovens japoneses que também motiva admiração e justifica por que o país se tornou referência mundial na educação de excelência.
Com princípios fundamentados na cultura local, cada aluno, da escola primária até a pós-graduação, recebe incentivos para atingir a sua melhor performance.
Para chegar até a estrutura atual, o Japão passou por diversos processos, onde foi provocado, continuamente, a se adaptar às evoluções sociais, como a chegada da indústria e tecnologia. Como resultado, a educação básica, que antes era restrita aos herdeiros dos senhores provinciais, se tornou um direito gratuito e também obrigatória a todos com idade de 6 a 15 anos.
Organização do sistema de ensino
O Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão (MEXT) é o principal responsável pela elaboração do material pedagógico utilizado nas turmas do ensino obrigatório.
Com base nas diretrizes nacionais, as escolas públicas kokuritsu (nacionais) e koritsu (provinciais) e, também, as shiritsu (particulares) formulam o seu currículo, selecionando os livros e conteúdos autorizados pela entidade para cada faixa etária.
De modo geral, o ano letivo começa um pouco depois do que é usual no Brasil. No Japão, as aulas na escola primária (shogakko) e ginasial (chugakko) começam a partir de 1.º de abril, com a cerimônia chamada de nyuugakushiki, e terminam em 31 de março seguinte. Com isso, são dois quadrimestres e um trimestre anuais, com férias a cada intervalo. Na universidade (daigaku), os acadêmicos seguem com dois semestres ao ano. Entenda melhor a estrutura:
Período letivo
O primeiro quadrimestre vai de abril a julho e é chamado de ichigakki, tendo férias de verão em julho, com duração média de 30 a 40 dias. O segundo vai de setembro a dezembro, o nigakki, e possui duas semanas de férias no inverno. O terceiro, o trimestre sangakki, ocorre de janeiro a março, com férias na primavera, antes do início do novo ano letivo. As aulas duram aproximadamente 6 horas, mais o tempo dedicado às atividades extras relacionadas a esportes ou clubes (bukatsu).
Estudo obrigatório
Embora exista o hoikuen (maternal ou creche) e o yochien (jardim de infância), as crianças a partir de 6 anos de idade precisam, obrigatoriamente, ingressar na vida escolar. O shogakko é a fase de educação primária, com duração de 6 anos. Já o ginásio, chugakko, compreende o tempo de três anos e encerra o ciclo de obrigatoriedade imposta pelo governo japonês.
A rigidez na estrutura de ensino integra as agências culturais da nação, que priorizam a educação e a disciplina. Não por acaso, existem hábitos tradicionais como a uniformização dos estudantes, responsabilização pelo cuidado com a limpeza escolar e o consumo de refeições saudáveis que se sustentam por gerações.
Ensino médio ou colegial
Ainda que não seja obrigatório, mais de 90% dos estudantes ingressam no colegial (koukou), que oferece o ensino regular e a formação especializada em indústria, agricultura e outras áreas de atuação. Além disso, é pré-requisito para aqueles que desejam fazer uma graduação. A entrada se dá por meio de exames, também disponíveis para estudantes de outras nacionalidades.
Universidades
As universidades e faculdades japonesas estão entre as melhores do mundo e, por isso, as provas de admissão – equivalentes ao vestibular no Brasil – são criteriosamente elaboradas.
As instituições passaram pela internacionalização e, agora, alunos de outros países podem cursar Medicina, Relações Internacionais, Moda e outras graduações oferecidas no Japão, caso sejam aprovados no Exame para Admissão em Universidade Japonesa para Estudantes Internacionais (EJU).