Com o objetivo de ter uma sociedade que proporcione à pessoa diagnosticada com a síndrome que afeta a memória, viver à sua maneira e de forma tranquila, a Dieta do Japão aprovou a Lei Básica da Demência, bipartidária, pois estabelece parâmetros para iniciativas dos governos nacional e locais.
O princípio básico da nova lei é preservar os direitos humanos, permitindo que, como indivíduos, possam viver de acordo com os seus termos.
O governo criará um plano para garantir oportunidades de participação social e o acesso contínuo aos serviços de saúde e de bem-estar. Também solicita aos governos locais que elaborem tais planos.
As medidas convencionais se concentraram na prevenção do aparecimento de sintomas e na promoção do desenvolvimento das instalações livres de barreiras. As partes interessadas e suas famílias têm reivindicado uma lei que estabeleça claramente o objetivo de capacitá-los a viver com dignidade.
De acordo com uma estimativa do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar do Japão (MHLW), calcula-se cerca de 7 milhões de pessoas com demência até 2025, ou seja, uma a cada 5 com mais de 65 anos. Qualquer pessoa pode desenvolver a síndrome da demência e é um problema que deve ser abordado pelo país.
Escassez de cuidadores
No entanto, a situação atual é grave para as partes interessadas. O kaigo hoken ou o seguro público dos cuidados dos idosos reduziu os serviços de suporte para os assegurado que exigem menos cuidados e, por isso, as pessoas com demência também foram afetadas. Além disso, há uma grave escassez de cuidadores.
Os serviços de cuidadores para as pessoas que vivem sozinhas e acompanhá-las para sair são insuficientes. Por parte dos governos locais há uma disparidade na manutenção da frequência dos cafés (ponto de encontro) para quem tem demência, onde se reúnem as partes interessadas e suas famílias. Se as pessoas ficarem dentro de casa ou cada vez mais isoladas, seus laços sociais tendem a enfraquecer.
Iniciativa privada: como lidar com a síndrome da demência
Ter uma rede de apoio também é essencial. Atendendo à chamada do MHLW, desde 2005, iniciativa privada e as associações comunitárias formaram um total de 14,5 milhões de cuidadores para dar suporte às pessoas com demência, no entanto, não estão sendo utilizados eficientemente.
As empresas desempenham um grande papel, pois há pessoas que apresentam sinais de demência precocemente, antes dos 65 anos. A iniciativa privada deve considerar continuar proporcionando trabalho para elas. Também é essencial dar atenção aos funcionários que continuam na ativa mesmo cuidando de um familiar com a síndrome.
Além disso, é necessário desfazer o mito de que “se desenvolver demência não poderei fazer mais nada”. É preciso que cada cidadão aprofunde seu conhecimento sobre a síndrome da demência.
Uma sociedade que facilita a vida das pessoas com demência torna-se confortável também para todos. Para isso, a mentalidade da Lei Básica poderá ser usada para criar esse ambiente.
Fonte: Mainichi