Um fungo, mortal e resistente a medicamentos, foi encontrado nos ouvidos de cães na Índia e pode ser transmitido aos humanos, alertou um estudo.
O Candida auris (C.auris) é um tipo de fungo que foi reportado pela primeira vez no Japão em 2009.
Desde então, ele se espalhou em todo o mundo, causando infecções persistentes e severas e surtos disseminados em hospitais.
No ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) o nomeou como um dos 4 patógenos fúngicos de prioridade fundamental.
Um relatório da agência das Nações Unidas alerta que o fungo pode causar infecções no sangue, coração, sistema nervoso central, olhos, ossos e órgãos internos – acrescentando que ele é “intrinsecamente resistente à grande maioria dos medicamentos antifúngicos”.
A mortalidade geral para pessoas que têm infecções graves é entre 29% e 53%.
Pesquisadores no Journal of Fungi agora descobriram e isolaram as primeiras culturas vivas do patógeno nos canais auditivos de cães de rua.
Amostras de pele e de secreções do ouvido foram coletadas de 87 cães em um abrigo em Déli, na Índia, uma mistura de cães de rua e aqueles criados em casas que tinham várias infecções e doenças.
Nenhuma de suas condições estavam relacionadas ao fungo.
Após as amostras terem sido analisadas, o C.auris foi encontrado nos ouvidos de 4 cães com infecções crônicas de pele.
O autor do estudo, o Dr. Jianping Xu, professor no Departamento de Biologia na Universidade de McMaster, em Ontário, no Canadá, disse: “Cães são pets comuns. Embora o C.auris ter sido encontrado apenas em cães de rua neste estudo, há muitos cães de rua em muitas partes do mundo”.
“Esses cães podem agir como veículos de transmissão para o C.auris e chegar a outros animais e humanos”.
Análise de DNA do patógeno descobriu que algumas das cepas encontradas nos cães eram similares àquelas em humanos.
Quando os humanos são infectados, eles podem contaminar seus ambientes ao tirar escamas de pele – mas a presença do fungo nos canais auditivos de cães ao contrário de suas peles expostas significa que a propagação é contida.
O Dr. Xu, que também é um investigador na Escola Global Nexus para Prevenção e Resposta de Pandemia, acrescentou: “Precisamos estar vigilantes em relação ao cães, outros animais domesticados e selvagens em regiões onde o C.auris é endêmico.
“Enquanto o C.auris se espalha facilmente de humano para humano, a rota de transmissão entre animais ou de animais para humanos é bem menos clara e mais investigação é exigida”.
Fonte: Metro UK