Irmãos peruanos comemoram a obtenção do Zairyu Card, na saída da Imigração (Asahi)
O jornal Asahi divulgou na segunda-feira (19) que dois irmãos, peruanos, residentes em Osaka, nascidos e criados no Japão, mas sem status de residência, receberam uma permissão especial para permanecer no país.
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No verão do ano passado, o Ministério da Justiça anunciou medidas para permitir que as crianças nascidas no Japão, sujeitas à deportação, possam permanecer sob condições especiais.
No dia 16, na saída do edifício da sucursal da Imigração de Osaka, na cidade homônima, os dois irmãos sorriram de alívio após os mais de 10 anos de incertezas. Ambos, estudantes universitários, sendo a mais velha, 22, do quarto ano, e o mais novo, 20, no segundo ano, se apresentaram vestidos formalmente na Imigração, acompanhados da mãe, 57, e 3 apoiadores.
Depois de 15 minutos na sala da Imigração, os dois saíram com seus respectivos Zairyu Card em mãos. A irmã mais velha, considerando as pessoas que não possuem status de residência na sala de espera, disse “vamos sair”, e só depois, comemoraram.
A família vinha vivendo na corda bamba com a libertação provisória (仮放免, ou karihomen em japonês) durante 12 anos. Nenhum deles podia sair da província sem a permissão da Imigração, tampouco trabalhar.
Agora, o irmão mais novo poderá trabalhar 28 horas por semana, pois o seu visto é de estudante. A mais velha, depois de formada, poderá mudar o status.
Um dos apoiadores dessa família de peruanos declarou que “estou feliz por não terem desistido (de insistir)”.
Por que estavam com ordem de deportação?
Seus pais chegaram no Japão na década de 1990, com passaportes disfarçados de nikkeis, em uma época de escassez de mão de obra. Por isso, o casal também trabalhou em uma fábrica de autopeças. E a família aumentou com os nascimentos dos dois.
O pai deles foi preso em 2011, pela suspeita de violação da Lei de Controle de Imigração, e toda a família foi condenada a ser deportada em 2012. Em 2013, o pai entrou com uma ação pedindo status especial, mas perdeu a ação, sendo deportado em 2016.
Há oito anos que o grupo シナピス, de apoio da Igreja Católica da cidade de Osaka, tem apoiado o sustento da família.
“Em primeiro lugar, estou feliz que os status dos meus filhos tenham sido concedidos. Consegui chegar até aqui porque muitas pessoas me ajudaram e eu não estava sozinha. Farei o que puder”, disse a mãe.
O advogado da família disse que fará de tudo para que os filhos e a mãe se mantenham juntos.
Fonte: Asahi Shimbun