Empresas no Japão ofereceram os maiores aumentos salariais em três décadas neste ano, disse a maior união trabalhista da nação na quarta-feira (3), levadas por escassez de mão de obra e um aperto inflacionário sobre os rendimentos das famílias.
O pagamento mensal de trabalhadores aumentará 5,1% em média neste ano fiscal, de acordo com uma pesquisa com companhias conduzida desde março pela união trabalhista Rengo, que tem cerca de 7 milhões de membros.
O resultado da shunto – negociações trabalhistas de primavera – é visto como fundamental para o Japão, visto que políticos tentam conduzir uma recuperação econômica mais forte e sustentável, com rendimentos mais altos de famílias e gastos compensando o fardo sobre o consumo em decorrência do custo de vida em ascensão.
Entretanto, enquanto grandes empresas com 300 ou mais funcionários apoiadas pela união aumentaram salários em 5,19%, nas pequenas o aumento foi menor, a 4,45%, disse.
“As pesquisas confirmaram que salários estão subindo em geral. Com a estabilização da inflação, pagamentos maiores provavelmente ajudarão a trazer salários reais ajustados à inflação para território positivo até a metade deste ano”, disse Hiroshi Miyazaki, pesquisador sênior no Instituto de Pesquisa Econômica Itochu.
Em meados de março, grandes empresas disseram que aumentos salariais haviam acelerado para 5,28% – o maior desde o estouro da bolha nos anos 1990. O Banco Central do Japão então tomou a decisão histórica de encerrar taxas de juros negativas e a política de controle de curva de juros.
Cerca de 70% dos trabalhadores japoneses são empregados por empresas de pequeno e médio porte.
“As empresas de pequeno porte têm enfrentado dificuldades em passar custos aos clientes. Precisamos exercer mais esforços a fim de ajudar a aumentar suas competitividades de preços e alcançar aumentos salariais de 5% no próximo ano para as companhias pequenas também”, disse o alto funcionário da Rengo, Akira Nidaira, aos repórteres.
Como parte dos esforços para endereçar a diferença salarial, a administração do primeiro-ministro Fumio Kishida prometeu aumentar o salário mínimo por hora de ¥ 1 mil para ¥1,5 mil em média até meados de 2030.
Fonte: Japan Times