Pesquisadores no Brasil encontraram vestígios de cocaína em mais de uma dezena de tubarões perto do Rio de Janeiro, alarmando cientistas.
Vestígios de cocaína foram encontrados nos músculos e fígados de 13 tubarões-bico-fino-brasileiros capturados das águas costeiras perto do Rio, com concentrações até 100 vezes maiores do que aquelas reportadas em outras espécies aquáticas.
As descobertas na edição mais recente da revista científica Science of the Total Environment são “muito importantes e potencialmente preocupantes”, disse Sara Novais, ecotoxicologista marinha no Centro de Ciência Ambientais e Marinha do Politécnico de Leiria, em Portugal, à Science.
Há preocupações entre ativistas da vida selvagem de que drogas descartadas no oceano por contrabandistas podem afetar a vida marinha, especialmente dadas as grandes quantidades de cocaína encontradas em torno da Flórida e das Américas do Sul e Central.
Em torno do Rio de Janeiro, a cocaína provavelmente entra no mar através de drenagem de laboratórios ilegais onde a droga é processada, assim como de sistemas de esgoto não tratados de casas de usuários de drogas.
Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz no Brasil compraram os tubarões de pequenas embarcações pesqueiras que visam a espécie e de outras e então conduziram os testes.
A exposição à cocaína pode impactar gravemente a saúde dos tubarões, danificando potencialmente seu DNA, prejudicando suas habilidades para metabolizar gorduras e causando mudanças comportamentais.
O tubarão-bico-fino-brasileiro é relativamente pequeno, crescendo até 90cm, e se alimenta primariamente de pequenos peixes e lulas.
“Essas descobertas são indicativos de potenciais riscos à saúde humana, visto que tubarões são altamente consumidos no estado do Rio de Janeiro, de fato, por todo o território brasileiro e certamente, no mundo”, citaram os pesquisadores.
Fonte: The Independent