A humanidade está sofrendo uma “epidemia de calor extremo”, alertou na quinta-feira (25) o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pedindo por ação para limitar os impactos de ondas de calor intensificadas pela mudança climática.
“Bilhões de pessoas estão enfrentando uma epidemia de calor extremo – sofrendo com ondas de calor cada vez mais mortais, com temperaturas que passam dos 50ºC em todo o mundo”, disse ele.
De acordo com a rede europeia Copernicus, 21,22 e 23 de julho foram os 3 dias mais quentes já registrados no mundo, com o dia 22 detendo o recorde absoluto para temperatura média de ar da superfície de 17.16ºC.
Guterres repetiu seu pedido para que a humanidade lute contra seu “vício” por combustíveis fósseis.
“Hoje, nosso foco é sobre o impacto de calor extremo. Mas não vamos esquecer que há muitos outros sintomas devastadores da crise climática: furacões muito mais fortes. Inundações. Secas. Incêndios florestais. Elevação dos níveis do mar. E a lista continua”, disse ele.
“Para combater todos esses sintomas, precisamos lutar contra a doença. E a doença é a insensatez de incinerar nossa única casa. A doença é o vício em combustíveis fósseis. A doença é a passividade climática”, enfatizou ele, pedindo em particular aos países do G20 que tomem ações.
Enquanto 2023 tenha sido o ano mais quente em registro e 2024 podendo estabelecer um novo recorde, temperaturas acima de 40ºC estão cada vez mais comuns.
No espaço de 1 ano, o limite de 50ºC foi até ultrapassado em pelo menos 10 locais no mundo, do Vale da Morte nos EUA (53,9ºC em 7 de julho) a Agadir em Marrocos, e também na China e Índia.
O calor intenso, geralmente menos visível do que outros impactos devastadores de mudança climática como tempestades ou inundações, é mesmo assim mais mortal.
O “assassino silencioso” foi responsável por cerca de 489 mil mortes por ano entre 2000 e 2019, comparado a 16 mil óbitos anualmente em decorrência de ciclones, de acordo com o “Call for Action” (Pedido por Ação), um documento das Nações Unidas publicado em 25 de julho.
Fonte: Straits Times